Atualização das Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) 2019/2023 é objetivo da 57a Assembleia Geral
Julia Beck
Da redação
Na tarde desta quarta-feira, 1, será apresentado na 57a Assembleia Geral (AG) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) o documento inicial produzido pela Comissão Especial sobre a atualização das Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) 2019/2023. A informação é do arcebispo de São Luiz (MA) e presidente do Regional Nordeste 5, Dom José Belisário da Silva, que é coordenador dos trabalhos da Comissão Especial.
“A produção do texto começou na assembleia passada. (…) De certa maneira já começamos a direcionar e escolher em qual direção nós trabalharemos. Depois foi nomeada uma Comissão de Bispos e também de assessores [Comissão Especial]. Nós começamos o nosso trabalho no mês de agosto de 2018, até o final do ano nós chegamos ao primeiro texto que foi enviado aos bispos no início de janeiro deste ano. Eles nos devolveram com suas emendas e reações. Com isso em mãos, nós fizemos outro texto e aí uma segunda versão foi enviada e recebemos novamente emendas e sugestões. A nossa Comissão chegou em Aparecida no domingo, 28, justamente para começar a colher o que é possível colher”, contou o bispo.
Acesse
.: Cobertura da 57ª Assembleia Geral da CNBB
Dom Belisário explica que a atualização das Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil ocorre a cada quatro anos com a eleição da nova presidência da CNBB: “Elas [novas diretrizes] inspirarão e direcionarão os anos seguintes, de 2019 até 2023”. Dom Belisário revela que é esperado que o texto da primeira versão da Assembleia seja tema de estudos em grupo até sexta-feira, 3. “Na sexta-feira receberemos as emendas e, certamente no sábado, 4, pela manhã teremos um novo texto”, contou.
As novas diretrizes não são propriamente um plano pastoral, explica Dom Belisário, que as classifica como um direcionamento. Sobre o ponto de partida, a realidade urbana, o bispo comenta: “As diretrizes deste ano tomam como ponto de partida a realidade que estamos vivendo, a realidade urbana. Então a cultura urbana que penetrou não só as grandes cidades, mas as cidades pequenas e também o interior do Brasil. A partir daí a gente tenta ver quais são as qualidades da vida urbana, porque a vida urbana nos traz muitas coisas boas, mas também tem coisas ruins”.
O bispo citou a individualidade e o consumo como pontos positivos da realidade urbana, mas alertou quanto ao perigo do individualismo e do consumismo. Para Dom Belisário é preciso diretrizes inspiradas em “casas”: “Temos que construir uma casa, a Igreja, nós todos, e essa casa precisa ter colunas firmes, os pilares. Então o primeiro pilar da construção da evangelização é o pão, o segundo grande pilar é a liturgia, o terceiro é a caridade – afinal de contas o objetivo da vida cristã é que tenhamos uma fraterna caridade e uma convivência justa entre nós – e a quarta é a ação missionária, a Igreja não existe para si mesma, mas para o reino de Deus”, concluiu.