ASSEMBLEIA CNBB

CNBB tem fidelidade ao Evangelho de Jesus Cristo, afirmam bispos

Reunidos neste primeiro dia da 60ª Assembleia Geral da CNBB, o episcopado brasileiro falou sobre os últimos quatro anos de trabalho e os próximos passos para eleger a nova presidência da instituição

Thiago Coutinho,
Enviado a Aparecida (SP)

Coletiva de imprensa do primeiro dia da 60ª Assembleia Geral da CNBB / Foto: Daniel Xavier (CN)

Na tarde desta quarta-feira, 19, os bispos deram sequência à 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Pela manhã, dom Giambattista Diquattro, Núncio Apostólico no País, fez a abertura do evento, cujo tema central gira em torno da avaliação global da caminhada da CNBB.

Na primeira parte do evento, que teve início às 8h30, os bispos apresentaram um relatório de balanço de gestão 2019-2023. Este documento conta com as principais iniciativas postas em prática pela CNBB nos últimos quatro anos — o mandato da atual presidência da CNBB tem fim neste edição da assembleia.

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Os bispos convocaram a imprensa nesta tarde para uma coletiva. Dom Joel Portella (bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro), Dom Jaime Spengler (arcebispo metropolitano de Porto Alegre), Dom Walmor (arcebispo metropolitano de Belo Horizonte) e Dom Mário Antônio da Silva (arcebispo de Cuiabá) apresentaram alguns dos principais pontos do que foi debatido pelo conclave brasileiro nesta manhã.

Dom Jaime Spengler e Dom Walmor durante a coletiva / Foto: Daniel Xavier (CN)

“Nossa proposta de coletiva é sempre assim: primeiro nos colocamos no lugar de escuta. Os quatro bispos que aqui estão dirigiram a CNBB no último quadriênio, com as dificuldades da pandemia e de tudo o que o Brasil viveu”, disse Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, na apresentação aos jornalistas.

Dom Walmor falou sobre a experiência vivida pelo episcopado brasileiro nos últimos quatro anos e os obstáculos que tiveram de ser sobrepostos — recordou, inclusive, quando, em março de 2020, o Santo Padre rezou pelo fim da pandemia e a simbologia daquele momento difícil que a humanidade atravessava. “Quando o Papa, em 2020, rezou pelo mundo, também a CNBB passou por diversas dificuldades nestes quatro anos, especialmente do ponto de vista político, em especial ao povo mais pobre e sofredor”, afirmou.

Para o arcebispo de Belo Horizonte e presidente da CNBB, apesar dos caminhos tortuosos, especialmente durante a pandemia, foi possível dar uma resposta adequada ao povo de Deus. “Chegamos aqui com o coração agradecido, exatamente por termos visto tudo o que vimos”, exaltou.

Crescimento

A pandemia, de acordo com Dom Walmor, impôs inúmeras dificuldades que exigiram que a entidade se readequasse àquela realidade adversa imposta há quase três anos. “Houve um crescimento extraordinário. Estamos com o coração agradecidos e, como uma Igreja em Saída e sinodal, como diz o Papa, seguimos com a tarefa de construir uma sociedade justa e fraterna”, ponderou.

Questionado sobre a postura da vindoura presidência com relação à população mais carente, Dom Walmor explicou que isto não mudará. “A CNBB tem uma fidelidade, à luz do Evangelho de Jesus Cristo, de ficar ao lado dos mais pobres. Sobretudo quando iniciamos a Campanha da Fraternidade e a questão da fome. Temos os pobres como meta de nossos serviços e isso não tem como voltar atrás”, vaticinou.

Fundo Nacional da Solidariedade

A Campanha da Fraternidade e todos os seus trabalhos voltados à ajuda aos mais necessitados foi lembrado por Dom Joel. Segundo o prelado, a pandemia estabeleceu um novo modus operandis, especialmente no que diz respeito àqueles que não tinham suporte algum. Este mentalidade, afirmou Dom Joel, não não mudará mesmo com a nova presidência a ser eleita.

“Uma das muitas ações da Igreja no Brasil voltada para os pobres é a Campanha da Fraternidade. É aquele momento quaresmal que lembramos que se um irmão sofre, todos sofrem. Há uma proposta muito específica, no Domingode Ramos, que é a Coleta da Solidariedade, em que a diocese aplica o que é arrecadado. A pandemia parou com as coletas e foi difícil ter algum recurso — mas, mesmo assim, algumas pessoas ajudaram. Em 2022, graças a Deus, chegamos aos valores usuais”, disse.

O arcebispo auxiliar do Rio de Janeiro ainda acrescentou que o Fundo Nacional de Solidariedade é de suma importância a quem passa fome. E, mesmo assim, é desacreditada por algumas pessoas. “Vamos conseguir ajudar muita gente e é muito bonito ver como as entidades se organizam para fazer muito com pouco”, observou.

Estes foram alguns dos principais temas apresentados neste primeiro dia da Assembleia Geral da CNBB. O episcopado brasileiro se reúne até o dia 28 de abril, no Santuário Nacional de Aparecida (SP).

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