Posse aconteceu nesta sexta-feira, 10, durante a cerimônia de encerramento da 57ª Assembleia Geral dos bispos
Julia Beck, enviada especial a Aparecida (SP)
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Bispos durante a 57ª Assembleia Geral/ Foto: Wesley Almeida – Canção Nova
A cerimônia de encerramento da 57ª Assembleia Geral (AG) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) aconteceu nesta sexta-feira, 10, e foi marcada pela transição da antiga para a nova presidência da CNBB. Em sua última vez presidindo a mesa dos trabalhos, o cardeal Sérgio da Rocha celebrou a conclusão do quadriênio em que esteve à frente da conferência (2015-2019), com uma das frases ditas durante o início de celebrações eucarísticas: “Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!”.
Para Dom Sérgio, a CNBB tem muitos motivos para bendizer a Deus diante das muitas graças recebidas no último quadriênio. Segundo o cardeal, mesmo agradecendo os trabalhos durante a missa desta sexta-feira, 10, era necessário agradecer mais uma vez. Junto com os demais bispos, o antigo presidente da CNBB entoou um canto de louvor. “Expressamos agora pouco nosso louvor e gratidão a Deus, sua presença amorosa que foi nos conduzindo, o Espírito Santo que foi nos iluminando”, afirmou o cardeal após a canção.
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Dom Sérgio da Rocha, presidente da CNBB no quadriênio 2015-2019/ Foto: Wesley Almeida – Canção Nova
“Acima de tudo nosso louvor e gratidão ao Senhor. Nessa ação de graças se completa minha gratidão a tantos irmãos que contribuíram com a convivência fraterna”, revelou Dom Sérgio, que aproveitou a oportunidade para agradecer todos que desenvolveram algum tipo de serviço na CNBB durante o período em que presidiu a conferência. Além disso, o cardeal expressou sua gratidão sincera ao Papa Francisco: “[O Papa] nos apoio, ouviu, acolheu e confiou em nós, na Conferência Episcopal”.
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Ao Núncio Apostólico, Dom Giovanni D’aniello o cardeal expressou sua gratidão pelo relacionamento respeitoso e comunhão com a CNBB e a Santa Sé. O Conselho Episcopal Pastoral (Consep), o Conselho Econômico, as Comissões Especiais, os grupos de trabalho da CNBB, os assessores e assessoras cedidos pelas dioceses, as irmãs filhas do Amor Divino, as irmãs do Apostola do Sagrado Coração, os bispos representantes do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), o secretariado Geral da CNBB, subsecretários, o Santuário Nacional, a Pássaro Marrom, a Prefeitura de Aparecida e os funcionários que estiveram a serviço da CNBB em sua sede nacional e nos regionais foram mencionados por Dom Sérgio em seu momento de agradecimento.
Por fim, Dom Sérgio felicitou Dom Walmor de Oliveira, arcebispo de Belo Horizonte (BH), e a nova presidência nesta nova tarefa. “Se há uma certeza que temos é que somente podemos servir contando com a graça e misericórdia de Deus. Desejo que Dom Walmor e todos os presidentes eleitos possam cumprir de maneira feliz essa missão, promovendo a união e comunhão da Igreja no Brasil e com o Santo Padre”, frisou.
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Carta do Papa aos bispos
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Dom Giovanni D’aniello, Núncio Apostólico / Foto: Wesley Almeida – Canção Nova
Dom Giovanni D’aniello apresentou aos bispos a carta de felicitação do Papa Francisco, assinada pelo cardeal Pietro Parolin, aos bispos reunidos durante a 57ª AG da CNBB. No texto, Dom Pietro Parolin afirmou que o Santo Padre acolheu com alegria a mensagem que lhe foi enviada por todo o episcopado brasileiro.
O Pontífice manifestou seu afeto colegial e de solidariedade espiritual aos bispos e fez votos para que os projetos assumidos pela Igreja no Brasil possam ajudar os brasileiros de forma fecunda. Por fim, o Papa concedeu sua bênção apostólica e pediu ao episcopado brasileiro que continue rezando por ele.
Ato de transmissão da presidência
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Momento de transição entre a antiga e nova presidência da CNBB/ Foto: Wesley Almeida – Canção Nova
Em sinal de transmissão da presidência da CNBB, Dom Sérgio da Rocha entregou as novas diretrizes – símbolo do trabalho e serviço que será prestado pela nova presidência – ao bispo de Belo Horizonte e novo presidente da Conferência.
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Dom Murilo Krieguer durante transição da vice-presidência com os vices eleitos: Dom Jaime Spengler e Dom Mário Silva/ Foto: Wesley Almeida – Canção Nova
Dom Murilo Krieguer, antigo vice-presidente da CNBB, entregou aos novos vice-presidentes, Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre (SC), e Dom Mário Silva, bispo de Roraima, a nova tradução da Sagrada Escritura em um momento de transição dos cargos. Dom Leonardo Steiner, bispo auxiliar de Brasília (DF), entregou o diretório da liturgia a Dom Joel Portella, bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ).
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O novo secretário-geral da CNBB, Dom Joel Portella, e o antigo secretário-geral, Dom Leonardo Steiner/ Foto: Wesley Almeida – Canção Nova
A nova presidência
“Nada há de melhor para oferecer ao mundo do que o evangelho de Cristo”, disse Dom Walmor no início de sua fala após assumir a presidência da CNBB. Segundo o bispo, é papel da Igreja buscar uma sociedade mais justa, fraterna e solidária ao anunciar o evangelho.
O bispo agradeceu a antiga presidência pelos avanços e conquistas, e afirmou que os trabalhos realizados deram condições para que a CNBB prossiga com os trabalhos no próximo quadriênio 2019-2023. Dom Walmor também saudou todos os bispos que participaram da 57ª AG e os exortou: “Podemos fazer de nossas diferenças uma grande força para o enriquecimento do caminho de nossa Igreja”.
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Dom Walmor, novo presidente da CNBB/ Foto: Wesley Almeida – Canção Nova
Os novos presidentes das doze Comissões Episcopais Pastorais foram saudados e motivados a buscarem, junto à nova presidência, respostas para os desafios atuais. “As dificuldades são muitas, mas é uma oportunidade porque temos fé”, sublinhou Dom Walmor, que acrescentou: “Não é só dentro da Igreja que devemos ajudar, mas também fora, a sociedade brasileira. É preciso encontrar um novo caminho”.
Para o novo quadriênio, o presidente pediu aos bispos o compromisso de serem presença solidária e amorosa na vida do povo, uma fé desdobrada em gestos e o sustentado pela força do evangelho. “O coração da CNBB (…) é a colegialidade efetiva. Jesus disse “ide e fazei”, por isso é necessário sermos e nos fazermos discípulos, aprendendo na escuta diária, na abertura do coração. Só se faz discípulo quem é discípulo”, comentou.
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Ao final de sua fala, Dom Walmor comentou sobre a importância da Igreja melhorar suas respostas às situações do mundo e rogou para que Deus ajude os bispos a construírem um novo caminho: “Que Deus nos ajude”. O bispo se colocou na condição de peregrino e aprendiz e falou em uma abertura do episcopado. “Digamos juntos tudo o que é necessário, com muita abertura para fecundar nossa colegialidade”, frisou.
Preces dos Bispos
Os novos presidentes das doze Comissões Episcopais Pastorais da CNBB protagonizaram um momento dedicado a preces e orações. Os bispos rezaram juntos pelo Papa, por todas as comunidades do Brasil, pelo povo brasileiro, por uma sociedade justa, democrática e solidária; pela viagem de regresso de todos os bispos participantes da 57 AG, e pelos membros e colaboradores falecidos da CNBB.
A cerimônia foi encerrada com a oração do Pai Nosso, a Benção Final de Dom Walmor e com o canto “Salve Rainha”.