Juventude e importância dos bispos eméritos também foram abordadas na coletiva deste terceiro dia de Assembleia
Thiago Coutinho, de Aparecida
O terceiro dia da 57ª Assembleia Geral da CNBB, que reúne 383 bispos de todo o Brasil, entre eméritos e votantes, foi centrado em dois temas: a importância dos bispos eméritos para o encontro e as diretrizes que serão aprovadas com relação às metas da Igreja no Brasil.
“A Assembleia é o encontro dos pastores da Igreja Católica do Brasil. São os sucessores dos apóstolos que se encontram aqui para partilhar suas experiências pastorais e refletir suas orientações como pastores de Deus”, disse Dom Geraldo Lyrio Rocha, arcebispo emérito de Mariana (MG), que deu início à coletiva nesta sexta-feira, 3.
Para Dom Geraldo, um olhar mais profundo se faz necessário para entender este encontro em Aparecida. É a 35ª participação do bispo neste encontro, mas desta vez sem direito a voto. “Os bispos eméritos não são membros da CNBB. O próprio direito canônico assim o pede. Não tenho mais aquelas funções de um bispo que está à frente do povo de Deus. Mas cada um faz a sua parte. Precisamos saber nos retirar para dar àquele que é novo pastor do rebanho de Cristo”, disse. “É no pluralismo que construímos a unidade”, acrescentou Dom Geraldo.
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Dom Vilson Basso, Bispo de Imperatriz (MA) e Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, trouxe seu ponto de vista sobre o Sínodo Para a Juventude, realizado em outubro passado. O religioso falou sobre a importância do encontro e do documento confeccionado que versa sobre os cuidados com os jovens na Igreja. “Os jovens devem ser escutados e acolhidos. Haverá questionamentos, mas precisamos investir recursos, formação, criar espaço para que eles possam se encontrar e se sentirem em casa. E esta atitude deve também ser colocada no coração dos pais. Eles precisam dar atenção a estes jovens. A família é a maior e principal referência para o jovem do mundo inteiro”, analisou.
Dom Leomar Brustolin, Bispo Auxliar de Porto Alegre, falou acerca das novas diretrizes que serão adotadas pela igreja e serão o norte a ser seguido pelos fiéis e religiosos de 2019 a 2023. “Vivemos em um momento em que se fala muito em metas e planejamentos. Como pensar na Igreja no Brasil? Precisamos dar indicações”, afirmou.
A realidade urbana foi um dos temas abordados por esta comissão. “O texto conserta a realidade urbana sob um ponto de vista positivo. A CNBB se preocupa com o anonimato, a crise no sentido da vida. Isto aparece muito no documento. Queremos uma Igreja que seja mais comunitária, com todos os pontos relativos na falta de ética, seja na política, cultura. Queremos um mundo mais fraterno e solidário para todas as pessoas”, ponderou o bispo.
Esta comissão também discute o espaço físico enquanto comunidade. Segundo o religioso, faz-se necessário a celebração do Evangelho de maneira otimista. “Que se faça na presença do outro. Também discutimos a caridade. Quantas organizações caritativas, de transformação da realidade, a Igreja se faz chegar. Queremos caminhar cada vez mais para dar voz aos excluídos”, disse.
O bispo salientou ainda: precisamos de qualidade nos fiéis e não quantidade. “Precisamos de qualidade no testemunho cristão”, reiterou.