Bispos que participam da 51ª Assembleia Geral da CNBB atenderam novamente a imprensa em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, 16. Entre os assuntos em pauta, esteve a questão do ecumenismo e diálogo inter-religioso.
Participaram da coletiva o arcebispo emérito de São Paulo, Cardeal Cláudio Hummes, o arcebispo de Salvador (BA) e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger e o bispo de Barra do Piraí (Volta Redonda, RJ), Dom Francesco Biasin, que é o presidente da Comissão Episcopal para o Ecumenismo e Diálogo Inter-Religioso.
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Logo no início da coletiva, o porta-voz da Assembleia, Dom Dimas Lara Barbosa, fez um breve resumo das atividades realizadas pela manhã, como uma reflexão sobre a Igreja e as eleições. Ele informou que no período da tarde, os bispos discutem orientações para as novas formas de vida religiosa e novas comunidades e reflexão sobre a vida religiosa monástica e contemplativa. Deve-se falar ainda sobre a criação do Regional do Tocantins.
O primeiro a falar foi o Cardeal Cláudio Hummes. Referindo-se ao tema central da Assembleia, “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”, Dom Cláudio lembrou que a renovação das paróquias é um desejo antigo, a fim de que elas se tornem realmente missionárias, estando mais próximas do povo. E agora a assembleia vem debater sobre isso, o que é um grande desafio. “Além de formar uma comunidade, deve-se providenciar a sua continuidade, organizar quem as coordena, as anima, porque se não amanhã elas se dissolverão”, disse.
Já Dom Murilo destacou, dentre todos os aspectos da Assembleia, a questão da convivência. Ele afirmou que os bispos sempre trazem pensamentos diferentes sobre diversas questões, mas sempre há o ponto comum que é Jesus Cristo. O arcebispo também citou o texto que foi aprovado sobre eleições. Ele disse que os bispos devem sempre lembrar o papel importante dos leigos na política, sobretudo tendo em vista a orientação de fé.
“Isso tudo aumenta nossa responsabilidade de formar pessoas, não para formar um bloco católico para defender interesses, mas no sentido de olhar juntos para o bem comum”. Ele acredita que esta nota feita nesta Assembleia vai servir como base para os subsídios que as dioceses e regionais costumam produzir nos anos das eleições.
Outro assunto abordado na coletiva foi o ecumenismo e diálogo inter-religoso. O presidente da Comissão, Dom Biasin, explicou a diferença entre ecumenismo e diálogo inter-religioso. Enquanto o primeiro refere-se ao diálogo entre religiões cristãs, o segundo é o diálogo com outras religiões. Dom Franceso destacou que a origem do diálogo inter-religioso é bíblica. “São apresentados fatos na Bíblia, no Antigo Testamento, em que Israel se encontra com expoentes de outras religiões”, disse.
Encerrando as atividades do dia, os bispos participam logo mais, às 18h45, de uma celebração ecumênica. Com relação a esta celebração, segundo informou Dom Franceso durante a coletiva, estarão presentes, representadas por seus respectivos líderes religiosos: a Igreja Evangélica de Confissão Luterana, Igreja Presbiteriana Unida, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil e Comunidade Pentecostal chamada ‘Carisma’. A presença da Igreja Apostólica Armênia ainda não está confirmada, mas é esperada.