Neste segundo dia da 50ª Assembleia Geral dos Bispos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o assunto abordado pelos bispos foi o tema central do encontro: A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja. A questão também foi abordada durante entrevista coletiva concedida à imprensa às 15h desta quinta-feira, 19.
Para responder às perguntas dos jornalistas, estiveram presentes na coletiva o ex-presidente da CNBB e arcebispo de Mariana (MG), Dom Geraldo Lyrio Rocha, que também é o atual delegado da CNBB junto ao Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM). Também marcaram presença o arcebispo de Salvador (BA), Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger e o bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA), Dom Armando Bucciol.
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Em suas considerações iniciais, Dom Geraldo citou a alegria que é para os bispos celebrar os 50 anos de assembleias da CNBB. “Nós estamos num dia marcado fortemente pelas comemorações e isso tudo nos traz muitas lembranças, recordações profundas e nos leva a uma atitude de agradecimento a Deus por tudo o que isso simboliza para nós”, comemorou.
Dom Murilo completou ressaltando a importância da CNBB, que, segundo ele, vai além de suas contribuições por meio de documentos.”A grande riqueza da CNBB, além de seus documentos, é a fraternidade de sentir que todos nós somos responsáveis pela Igreja de todo o Brasil e não só pela nossa diocese”.
Sobre o tema central da Assembleia, A Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja, Dom Murilo explicou como o tema foi abordado durante a reunião da manhã. “Hoje o texto foi debatido em grupos e a ideia é fazer um texto denso sobre como fazer que a Palavra de Deus seja a grande luz para nossa atividade”. O bispo informou que o conteúdo de tudo o que foi debatido deve ser apresentado nesta sexta-feira, 20, e seguir depois para votação. Ele lembrou que a elaboração dos documentos é fruto de muito trabalho coletivo. “É um trabalho de mutirão. Nossos documentos não representam a opinião de um bispo ou grupo de bispo, mas de todo o episcopado”
Missal Romano
Outro ponto abordado na entrevista coletiva foi a atual situação da revisão do Missal Romano. Dom Armando, que preside a Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos (Cetel) informou que ele entrou para a comissão há cinco anos e o trabalho já havia sido iniciado. De acordo com ele, o trabalho é complexo. “Não se trata de tradução, mas de revisão e adaptação à linguagem que constantemente evolui”.
O bispo de Livramento de Nossa Senhora completou dizendo que é necessário refletir muito bem cada palavra e cada expressão da liturgia. “A Igreja reza como crê. A oração da Igreja reflete sua fé. Cada expressão litúrgica reflete o conteúdo da própria fé. Por isso a necessidade de refletir bem cada palavra e cada expressão da liturgia”
Sobre a campanha para evangelização, Dom Murilo lembrou que esse é um trabalho que requer recursos e envolve um processo de conscientização acerca do papel missionário dos fiéis. “O grande desafio é que todos se convençam de que toda a Igreja tem que ser missionária”, ressaltou.
O caráter missionário também foi levantado por Dom Geraldo quando questionado sobre a missão continental. Ele enfatizou a necessidade do católico se reconhecer como um missionário e destacou que a missão continental, na verdade, faz parte do dia-a-dia da Igreja. “A Missão Continental não é a realização de eventos, mas um espírito presente na ação da Igreja, em estado permanente de Missão”, ressaltou.
Depois da coletiva, os bispos seguiram para uma sessão reservada. Logo mais, às 18h, eles participam de uma sessão em homenagem ao aniversário de 50 assembleias da Conferência. A solenidade será aberta à imprensa.