Várias organizações de defesa dos Direitos Humanos denunciaram ontem a atuação impune de grupos de extermínio formados por policiais no estado da Bahia, que seriam responsáveis por assassinatos de supostos delinqüentes e inocentes.
A denúncia foi feita, entre outros, pela Arquidiocese de Salvador, pelo Movimento dos Sem-Teto da Bahia e pelo Movimento Negro Unificado da Bahia.
Em documento enviado ao governo do Estado, denuncia-se a atuação de grupos de extermínio, com indícios de ativa participação de agentes públicos (policiais civis e militares) em recentes casos de execução sumária. "A maioria das vítimas – afirma o documento – envolve negros, jovens e pobres que vivem nas periferias marginais da cidade de Salvador. Para os movimentos, o ataque a esses jovens demonstra o nítido caráter de limpeza social e racial desses crimes".
As organizações pediram ao governador da Bahia, Jaques Wagner, e a seu novo secretário de Segurança Pública, César Nunes, "imediatas ações" para desmantelar os grupos e investigar a participação de agentes públicos nessas organizações ilegais.
Vários desses assassinatos foram denunciados perante a Organização das Nações Unidas (ONU) e outros poderiam ser levados à Corte Interamericana de Direitos Humanos, da Organização dos Estados Americanos, quando os trâmites judiciais dentro do Brasil forem concluídos.