Empresas estão cada vez mais seletivas e exigentes quanto à formação e preparo dos candidatos
André Prado*
As mudanças da reforma trabalhista não estimularam significativamente as contratações no mercado de trabalho. Talvez ainda falte confiabilidade na política brasileira por parte do empresariado. Possivelmente, pelo mesmo motivo, os investidores estrangeiros estejam desconfiados em trazer investimentos que possam ajudar na geração de empregos do país.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), falta trabalho para 27,6 milhões de brasileiros. Tal número alarmante é composto por 13 milhões de desempregados somados a 6,5 milhões de subocupados e 8,1 milhões de pessoas que poderiam trabalhar, mas não trabalham.
Com o triste cenário, as melhores oportunidades de trabalho quando aparecem são severamente disputadas. As empresas por sua vez estão cada vez mais seletivas e exigentes quanto à formação e preparo dos candidatos disponíveis.
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Entre o impressionante grupo de desempregados, existem milhões denominados desalentados. São trabalhadores que desistiram de procurar empregos por algum motivo, muito provavelmente por não atenderem os requisitos mínimos para as contratações.
Os que ainda perseveram precisam ter informações verídicas e atraentes em seus currículos para que as organizações se interessem convidando-os para entrevistas e etapas de seleção.
No quesito experiência profissional, existem recrutadores que descartam currículos nos quais os candidatos permaneceram muito pouco tempo em empregos e com intervalos consideráveis entre a efetivação de um para outro emprego. Devido às novas gerações atuantes no mercado de trabalho, algumas localidades até aceitam jovens que mudam de emprego com certa constância, mas os agenciadores nem sempre são receptíveis se os intervalos de tempo entre estas mudanças de empregos forem longas em demasia.
Dependendo da necessidade de atualização do conhecimento para preencher uma oportunidade de trabalho, alguns selecionadores observam a última data da formação acadêmica. Caso tenha alguns anos esta pode ser considerada com o prazo de validade vencida em relação às atualidades que o mercado exige.
Cabe lembrar aos que desejam ocupar vagas principalmente em empresas privadas, que uma pós-graduação lato sensu a cada cinco anos pode ser desejável pelas organizações. Por essas e por outras é que aqueles que desejam empregos devem buscar ter um bom nível de empregabilidade, ou seja, qualidade de quem é empregável ou tem possibilidade de ser empregado.
Dicas de atualização
Para manter a empregabilidade em alta, um profissional, independente de estar empregado ou não, deve procurar realizar cursos de atualização. Caso o indivíduo esteja desempregado, não existe explicação plausível que justifique a falta tempo para se qualificar. Afinal, existem muitos profissionais na ativa que mesmo ocupados encontram um tempo para aprimorar a formação.
Antigamente alguém até poderia alegar a não realização de cursos por motivo de falta de recursos financeiros para quitar os estudos. Atualmente alegar isto a um recrutador pode pegar muito mal, pois ele pode considerar que se trata de uma desculpa esfarrapada considerando que existem vários cursos oferecidos gratuitamente na Internet.
Devido a um amplo conteúdo a ser ensinado pelas instituições de ensino, nem sempre é possível ministrar tudo o que é necessário para a formação profissional. Todavia, existem muitos cursos oferecidos por renomadas instituições que podem ajudar a complementar a formação em vários aspectos.
Tais cursos gratuitos estão disponíveis na web e emitem certificados após a conclusão. Com uma simples busca no universo virtual pode-se encontrar oportunidades de treinamentos grátis na Universidade de São Paulo (USP), Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Fundação Getúlio Vargas (FGV), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) entre outras renomadas instituições.
Além de graduações 100% grátis, é possível encontrar inclusive bolsas de estudos de pós-graduações para aprimoramento isentas de pagamentos. E isto não ocorre apenas no Brasil, mas também no exterior, aumentando ainda mais as chances de empregabilidade.
Entretanto, alguém pode alegar que não domina línguas estrangeiras para a realização de cursos no exterior. A desculpa também não vai funcionar, afinal existem inúmeros cursos online de idiomas disponíveis gratuitamente. Como reza um ditado popular: “Quem quer faz, quem não quer arranja uma desculpa”.
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*André Prado é Mestre em Educação com Menção em Gestão pela Universidad Politécnica Salesiana Ecuador, pós-graduado em Engenharia da Qualidade e bacharel em Administração de Empresas. Desenvolve atividades na Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo, Faculdade Canção Nova e Centro Universitário Teresa D´Ávila. Para conhecer mais sobre gestão visite o site: www.andreprado.com.br