A intenção é ajudar na superação da violência e despertar as pessoas para uma convivência mais respeitosa e fraterna
CNBB
Com a chegada do Ano Novo, iniciaram-se também ações pela Paz. Em 2014, os bispos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) aprovaram, por unanimidade durante a 52ª Assembleia Geral, o Ano da Paz. Trata-se de um período de reflexões, orações e ações sociais, que se estenderá até o Natal de 2015.
No dia 1º de janeiro, paróquias da arquidiocese de São Luís (MA) reuniram fiéis para proclamar a paz. As missas começaram logo cedo, com participação de centenas de pessoas. Outras atividades estão previstas ao longo do ano na cidade, que pretende, ainda, contar com o engajamento de escolas, universidades e outros setores da sociedade. Na arquidiocese do Rio de Janeiro, também foram celebradas missas pela paz. O arcebispo, cardeal dom Orani João Tempesta, recordou que a “alegria nasce da paz que Cristo concede”.
“Que possamos viver este Ano da Paz com muitas bênçãos. Atitudes, gestos concretos e sempre pedindo ao Senhor que nos ilumine e que traga esta paz aos nossos corações, às famílias e a todo o mundo. Que a Paz reine em nossas fronteiras! Sejamos propagadores e testemunhas da paz, aquela paz que vem do Senhor”, disse o cardeal Orani.
Com a proposta do Ano da Paz, a Igreja no Brasil quer ajudar na superação da violência e despertar para a convivência mais respeitosa e fraterna entre as pessoas, explica o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Steiner. “A violência, a falta de paz, provém do desprezo aos valores da família, da escola na formação do cidadão, do desprezo da vida simples”, pontua dom Leonardo.
De acordo com os últimos dados do Mapa da Violência, mais de 56 mil pessoas foram assassinadas no Brasil em 2012. Os jovens são os principais afetados neste contexto, somando mais de 27 mil vítimas naquele ano.
Dom Leonardo afirma que as relações mais próximas, na atualidade, encontram dificuldade de manterem-se vivas e que há uma violência generalizada. “Violência que se manifesta na forma da morte de pessoas, na falta de ética na gestão da coisa pública, na impunidade. A violência, a falta de paz, provém do desprezo aos valores da família, da escola na formação do cidadão, do desprezo da vida simples”, explicou.
Ações práticas
Para celebração do Ano da Paz, serão aproveitados os meses temáticos do Ano Litúrgico, como os meses vocacional, da Bíblia e da missão. “Vamos refletir durante o ano sobre o porquê da violência e sobre a necessidade de uma convivência fecunda e frutuosa. O Ano Litúrgico nos oferece oportunidades para pensar sobre a paz e a realidade da violência”, lembrou dom Leonardo.
O arcebispo de São Luís (MA) e vice-presidente da CNBB, dom José Belisário da Silva, afirma que o Ano da Paz é um convite para reflexão sobre os motivos de tantos acontecimentos violentos. “Está na hora da sociedade brasileira dar passos no sentido de buscar uma harmonia maior no relacionamento humano. Os nossos relacionamentos estão muito degastados”, ressalta.
Para dom Leonardo, o Ano Litúrgico oferece oportunidades para refletir sobre a paz e a realidade da violência. “Os meses temáticos como agosto, mês das vocações, setembro, mês da Palavra de Deus, outubro o mês das missões. Mas desejamos ter um dia para manifestar nas ruas de nossas cidades que acreditamos na paz, na fraternidade”.