No dia 20 de outubro, a diocese de Tubarão (Santa Catarina, sul do Brasil), viverá um momento histórico: a beatificação de Albertina Berkenbrock, em cerimônia presidida pelo cardeal Saraiva Martins, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos.
Albertina nasceu a 11 de abril de 1919, na comunidade de São Luís. Foi batizada no dia 25 de maio de 1919, crismou-se a 9 de março de 1925 e fez a primeira comunhão no dia 16 de agosto de 1928.
Foi no ambiente simples, belo e cristão de sua família que Albertina cresceu. Ela ajudava os pais nos trabalhos da roça e em casa. Confessava-se com freqüência, ia regularmente à missa, comungava com fervor. Preparou-se com muita diligência para a primeira comunhão. Falava muitas vezes da Eucaristia e dizia que o dia de sua primeira comunhão fora o mais belo de sua vida.
Martirizada aos 12 anos de idade ao lutar para preservar sua pureza e virgindade, a bem-aventurada Albertina será modelo para os jovens de que não se pode ter medo de ser santo.
É o que explicou em entrevista a zenit – Dom Jacinto Bergmann, bispo da diocese de Tubarão:
– Como estão os preparativos para a beatificação?
Dom Jacinto Bergmann: Nós estamos na reta final dessa preparação para a beatificação. Nós fizemos de todo 2007 o ano da beatificação, para dar esse caráter de preparação não só imediata, mas no longo prazo. 2007 foi então o ano da beatificação da Albertina. Ao longo desse período, nós fizemos todo um trabalho evangelizador em torno desta beatificação. Procuramos dar um conteúdo à reflexão dos milhares de grupos de famílias que temos na diocese. Os roteiros desses grupos foram todos voltados à vida e ao martírio da Albertina. Essa foi uma preparação muito importante de oração e reflexão.
Além disso, nós também elaboramos uma oração à bem-aventurada Albertina que tem toda uma catequese, procurando assim caracterizar bem a vivência dos valores evangélicos que ela viveu, procurando também caracterizar a vivência dos sacramentos da iniciação cristã que ela recebeu e viveu: batismo, eucaristia e crisma. Com isso, o martírio como tal foi uma conseqüência de toda essa vivência dos valores do Evangelho e a vivência dos próprios sacramentos da iniciação cristã.
Nós vamos começar também uma novena de celebrações eucarísticas, em que essa oração, com todos os pontos que ela apresenta de forma catequética serão novamente rezados e refletidos. São nove celebrações eucarísticas, nos nove dias que antecedem a beatificação, em todas as paróquias da diocese.
Então tivemos iniciativas de longo prazo, para que a beatificação não fosse só um momento, mas implicasse todo um aspecto evangelizador. E deu certo. Realmente o povo está muito mais preparado, não só para dizer que alguém será beatificado, no nosso caso uma filha da diocese, mas alguém que de fato viveu uma santidade, respondendo à vocação batismal.
A frase que nós colocamos para o ano da beatificação foi esta: «Sem medo de ser santo e santa». Para justamente dizer que, assim como a Albertina, enquanto batizada, viveu radicalmente a vocação batismal à santidade, nós também devemos viver essa vocação batismal à santidade.
– Que mensagem a Albertina deixa especialmente para os jovens?
Dom Jacinto Bergmann: Uma menina que ousou ser santa, esse é o primeiro ponto, uma ousadia evangélica. Por isso é que esta frase é importante: «sem medo de ser santo e santa». Que o jovem hoje não tenha medo de ser santo. Afinal de contas, a Albertina, como jovem, ousou isso.
Em segundo lugar, foi uma menina que realmente viveu a vontade de Deus, derramando seu sangue, e defendeu a vida em plenitude e especialmente a dignidade da mulher, dignidade essa que hoje está tão desvalorizada.