Os dados fazem parte dos resultados do estudo inédito Censo Demográfico 2010 – Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios. O objetivo foi conhecer a infraestrutura urbana do país, relacionando as variáveis territoriais, domiciliares e as características socioeconômicas e demográficas da população.
Ainda no que diz respeito ao saneamento, a pesquisa descobriu que menos da metade (41,5%) dos domicílios brasileiros possuem bueiros, utilizados para escoamento da água das chuvas. Entre os municípios com mais de um milhão de habitantes, registraram as maiores proporções de bueiro Rio de Janeiro (84,6%) e Curitiba (84,3%), enquanto as mais baixas foram em Fortaleza (16,5%) e São Luís (17,1%).
Analisando o país como um todo, verificou-se a existência de esgoto a céu aberto e depósitos de lixo ao redor em 11% e 5% dos domicílios, respectivamente. Descobriu-se que a presença ou não do esgoto a céu aberto está relacionada ao tamanho dos municípios. O menor percentual se deu em municípios com mais de 1 milhão de habitantes (7,8%) e o mais alto em municípios que possuem de 500 mil a 1 milhão de habitantes (14,3%).
Entre os recursos mais presentes, está a iluminação pública, que atinge 96,3% do entorno dos domicílios analisados no Censo 2010. Em contrapartida, o estudo revelou que apenas 4,7% dos domicílios possuem rampa para cadeirantes. Nesse conjunto de características, a arborização foi a que menos variou segundo a população dos municípios, de 65,4% (mais de 100 mil a 200 mil habitantes) a 70,6% (até 20 mil habitantes). As cidades mais arborizadas do país eram Goiânia (entorno de 89,5% dos domicílios), Campinas (88,4%) e Belo Horizonte (83,0%).
Tais dados podem ajudar a estabelecer as condições de vida da população. Quatro características configuram o meio ambiente urbano no entorno dos domicílios: a existência de bueiro (drenagem urbana), de esgoto a céu aberto, de lixo acumulado nos logradouros e de arborização. Em termos quantitativos, elas definem o nível de qualidade de vida em extremos opostos: por um lado, quanto mais alta a incidência de bueiros e de árvores, melhor a estrutura urbana disponível; por outro, quanto mais alta a existência de esgoto a céu aberto e de lixo acumulado nas vias urbanas, mais precárias as condições de vida da população.