Aborto de bebês anencéfalos

Especialista destaca consequências psicológicas do aborto

O Supremo Tribunal Federal iniciou nessa quarta-feira, 11, o julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 54 sobre a descriminalização do aborto de bebês anencéfalos. Até o momento, 5 ministros votaram a favor da descriminalização e 1 contra. A sessão será retomada nesta quinta-feira, 12, a partir das 14h com a votação de outros quatro ministros.

O assunto gera polêmica na sociedade entre os que são favoráveis ao aborto, defendendo o direito da mulher em poder decidir, e os contrários, que defendem o direito à vida. Entre os impactos da aprovação dessa medida, está o estado psicológico da mulher que se submete ao aborto.

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O psicólogo e coordenador do Grupo de Psicólogos Católicos da Arquidiocese do Rio de Janeiro, padre Adílson Ribeiro dos Santos, explicou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) elenca três dimensões para o ser humano: física, psíquica e espiritual. De acordo com o padre, essas três dimensões são afetadas quando a mulher faz um aborto.

"Isso vai acarretar uma mutilação no seu corpo e, por conseguinte, afeta no âmago do ser da mulher a compreensão dela de si, da relação dela com o bebê, da relação dela com o mundo. Posteriormente, ocasiona uns acessos de depressão profunda, o que deixa na mulher um vazio e numa situação que ela não tem como reverter mais. Só que fica uma dor que dói na alma e isso vai trazer implicações para o processo de desenvolvimento da mulher”, disse padre Adílson.

O sacerdote contou ainda que o aborto também pode refletir no núcleo familiar, uma vez que a mulher entra num profundo sentimento de culpa, o que leva à depressão e, até mesmo, à síndrome do pânico. "Ela (a mulher) tende a, depois, não aceitar o ato feito e aí vai gerar um isolamento porque vai interferir dentro da compreensão familiar". Ele também contou que esse sentimento de culpa pode despertar na mulher o receio de ter outros filhos.

Padre Adílson lembrou ainda que as consequências não vão atingir somente a mulher que fizer o aborto. “Abrindo essa possibilidade do aborto, isso vai trazer consequências sérias, além das marcas profundas no campo psíquico e espiritual e do dano físico. Então isso com certeza vai trazer um resultado maléfico para o convívio social”.

 

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