Senhor Cardeal Arcebispo de Madri
Venerados irmãos no Episcopado e no Sacerdócio,
Queridos jovens,
Amigos todos,
Agradeço as amáveis palavras que o Senhor Cardeal Antonio María Rouco me dirigiu, fazendo-se intérprete dos sentimentos de todos aqui presentes, e o saúdo com grande afeto, assim como os senhores bispos da Província eclesiástica de Madrid e ao Senhor bispo de São Sebastião e responsável pelo departamento da pastoral da juventude na Conferência Episcopal Espanhola.
Tenho o prazer de dar as boas-vindas, junto à cátedra de Pedro, para a qual fizestes a peregrinação, que organizastes com o desejo de agradecer ao Papa pela viagem a Espanha por causa da Jornada Mundial da Juventude, celebrada em agosto passado.
Saúdo cordialmente as autoridades, organizadores, patrocinadores e voluntários, mas, de modo muito especial aos jovens, que são os protagonistas e principais destinatários desta iniciativa pastoral impulsionada vigorosamente pelo meu predecessor, o beato João Paulo
II, do qual hoje recordamos sua passagem para o céu.
Tenho muito presentes também todos os bispos de Espanha e os delegados episcopais da juventude, que tanto colaboram nas dioceses para o feliz desenvolvimento deste significativo evento eclesial. E não posso deixar de mencionar aos membros da Vida Consagrada e a tantas outras pessoas e instituições que ofereceram sua valiosa e generosa contribuição para a realização do mesmo fim.
Sempre que trago à memória a vigésima sexta Jornada Mundial da Juventude de Madri, meu coração se enche de gratitude a Deus pela experiência de graça daqueles dias inesquecíveis. Desde a minha chegada, se sucederam e multiplicaram as demonstrações de acolhida e hospitalidade, junto à fé e a alegria dos jovens, que se converteram em sinais eloquentes de Cristo ressuscitado.
Queridos amigos, aquele esplendido encontro só pode compreender-se à luz da presença do Espírito Santo na Igreja. Ele não deixa de infundir nos corações, e continuamente nos traz para a para o meio da história, como em Pentecostes, para dar testemunho das maravilhas de Deus. Vós sois chamados a cooperar com esta apaixonante tarefa e vale a pena entregar-se a ela sem reservas. Cristo necessita de vocês para estender e edificar o seu reino de caridade. Isto será possível se o tendes como o melhor dos amigos e o confessais levando uma vida segundo o Evangelho, com valentia e fidelidade.
Alguém poderia supor que isto não tem nada a ver consigo ou que é uma possibilidade que supera suas capacidade e talentos. Mas não é assim. Nesta aventura, nada excede. Portanto, não deixeis de pedir-lhe para que vos chama o Senhor e como o podeis ajudar. Todos têm uma vocação pessoal que Ele quis propor para vossa via de santidade. Quando alguém é conquistado pelo fogo do seu olhar, nenhum sacrifício parece grande para seguí-lo e dar o melhor de si mesmo. Assim fizeram sempre os santos estendendo a luz do Senhor e a potência do seu amor, transformando o mundo para se tornar acolhedor para todos, onde Deus é glorificado e seus filhos abençoados.
Queridos jovens, como aqueles apóstolos da primeira hora, sois também missionários de Cristo entre vossos familiares, amigos e conhecidos, em vossos ambientes de estudo e trabalho, entre os pobres e enfermos. Faleis do seu amor e bondade com simplicidade, sem complexos e temores. O próprio Cristo os dará força para isto. Da vossa parte, escutem-no e tenhais um contato frequente e sincero com Ele. Contai-lhe com confiança vossos desejos e aspirações, também vossas penas e as das pessoas que precisam de consolo e esperança. Evocando aqueles esplêndidos dias, desejo exortar-vos também a que não limiteis esforço algum para que os que vos rodeiam o descubram pessoalmente e se encontrem com Ele, que está vivo, e com sua Igreja.
Ontem, com a solenidade de Domingos de Ramos, iniciamos a Semana, na qual, seguimos os passos de Cristo até a celebração de seu mistério pascal. O aclamamos como Messias e Filho de Davi, agitando como as crianças e jovens de Jerusalém, os ramos da salvação e do júbilo. Ao mesmo tempo, contemplamos sua dolorosa paixão e sua humilhação até a morte. Os convido, durante estes dias santos a unirem-se plenamente ao nosso Redentor, recordando aquela solene Via Crucis da Jornada Mundial da Juventude. Nela, nós oramos comovidos diante da beleza daquelas imagens sagradas, que expressavam com profundidade os mistérios da nossa fé. Os animo a carregar também a vossa cruz, e a cruz da dor dos pecados do mundo, para que entendais melhor o amor de Cristo pela humanidade. Assim vos sentireis chamados a proclamar que Deus ama o homem e os enviou a seu filho, não para condená-lo, mas para que alcance uma vida plena e com sentido.
Queridos amigos, estou seguro que já estais pensando no Rio de Janeiro, onde muitos jovens do mundo inteiro se congregarão, e que sem dúvida, será um marco no caminho da Igreja, sempre jovem, que quer ampliar o horizonte das novas gerações com o tesouro do Evangelho, força de vida para o mundo.
Como agora avançamos com os olhos fixos na aurora iminente da Páscoa, a celebração do Dia Mundial da Juventude no Brasil seja uma nova e alegre experiência de Cristo ressuscitado, que conduz toda a humanidade para a clareza da vida que procede de Deus.
Que Maria Santíssima, a qual permaneceu silenciosa aos pés da cruz de seu Filho e esperou pacientemente o cumprimento de suas promessas, seja sempre para vós Mãe de Misericórdia, vida, doçura e esperança vossa. Muito obrigado pela vossa presença festiva e jovial, queridos jovens. Os abençoo de todo coração.