Dias após a morte de Osama bin Laden, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, encontrou bombeiros e policiais de Nova York e visitou o Marco Zero, nesta quinta-feira, 5, para oferecer conforto a uma cidade ainda marcada pelos ataques de 11 de Setembro.
Seu antecessor, George W. Bush, declarou com megafone em punho e de pé sobre os destroços ainda fumegantes da tragédia, apenas três dias depois que aviões sequestrados destruíram as Torres Gêmeas do World Trade Center, que "as pessoas que derrubaram estes prédios vão ouvir todos nós em breve".
Quase uma década depois, fechando o ciclo daquela visita histórica, Obama chegou a Nova York para dizer que a promessa foi mantida.
Obama visitou o Corpo de Bombeiros 54, no centro de Manhattan, que perdeu 15 de seus membros nos ataques, antes de se dirigir ao Marco Zero, no sul de Manhattan, para depositar uma coroa de flores e reunir-se com famílias de vítimas.
Obama apertou a mão de bombeiros e disse: "Só queria vir aqui para agradecer", disse. "Este é um local simbólico do sacrifício extraordinário que foi feito naquele dia terrível de quase dez anos atrás".
Ele disse que a morte de Bin Laden "enviou uma mensagem mundo afora, mas também enviou uma mensagem aqui em casa, que quando dizemos que nunca vamos esquecer, estamos falando sério".
"Não importa quem estava no comando, nós íamos garantir que os autores deste ato horrível recebessem a justiça", disse Obama.
Bin Laden, o líder da Al Qaeda, que planejou os ataques de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos, foi baleado na cabeça por forças dos EUA em uma operação de invasão ao seu complexo no Paquistão, no domingo, depois de uma caçada humana que durou uma década.
Quase 3.000 pessoas morreram quando sequestradores da Al Qaeda jogaram aviões comerciais sequestrados contra as Torres Gêmeas e o Pentágono, em Washington. Um terceiro jato caiu sobre o campo na Pensilvânia.
"Uma vitória"
"É ótimo que ele venha visitar", disse Al Fiammetta, 57, engenheiro de segurança que trabalhou na limpeza de destroços do Marco Zero e esperava para ver Obama. "Estamos esperando por isso há dez anos. Dá um pouco de orgulho norte-americano às pessoas".
A nova-iorquina Caroline Epner, 32, grávida de sete meses, disse: "É legal que ele dê a volta da vitória".
Falando a repórteres no Air Force One, o porta-voz da Casa Branca Jay Carney disse que a visita de Obama permitiria "que os nova-iorquinos e os norte-americanos em geral pudessem fechar um ciclo".
A maioria dos norte-americanos acredita que a ameaça de ataques de extremistas contra os Estados Unidos deve aumentar imediatamente após a morte do líder da Al Qaeda, segundo várias pesquisas recentes.
A morte de Bin Laden coincidiu com o primeiro aniversário de uma fracassada tentativa de atentado à bomba em Times Square, Nova York, um dos pelo menos 11 complôs contra a cidade que foram interrompidos na década passada.
Várias pesquisas recentes mostram que os índices de aprovação de Obama foram impulsionados pela morte de Bin Laden, embora esse tipo de alta seja muitas vezes de curta duração, especialmente diante de uma situação econômica difícil para muitos norte-americanos.
A popularidade de Obama tinha sido prejudicada pela crise econômica e pelos preços elevados da gasolina. Os eleitores devem se concentrar novamente em questões nacionais cruciais para suas perspectivas de reeleição em 2012.