Renúncia

Gbagbo negocia saída da Costa do Marfim

Laurent Gbagbo está negociando os termos de sua saída do governo da Costa do Marfim nesta terça-feira, 5, depois de uma ofensiva violenta das forças leais ao seu rival, Alassane Ouattara, com apoio de ataques de helicópteros da ONU e da França.

O premiê francês, François Fillon, disse que dois generais da Costa do Marfim estavam negociando a renúncia de Gbagbo, que se recusa a deixar o poder e reconhecer que perdeu a eleição presidencial de novembro para Ouattara.

"Neste exato momento, estamos conversando com dois generais para negociar a renúncia do presidente Gbagbo", disse Fillon a membros do Parlamento em Paris.

Um porta-voz de Gbagbo disse que ele estava negociando os termos de sua saída com base no reconhecimento de Ouattara como presidente. Segundo o porta-voz, as negociações incluem garantias de segurança a Gbagbo e seus familiares.

As forças de Gbagbo pediram anteriormente um cessar-fogo, e o ministro da Defesa francês, Gerard Longuet, disse que a crise no país seria resolvida em uma questão de horas.

Forças leais a Ouattara desencadearam um grande ataque contra as bases de Gbagbo em Abidjan, na campanha para tirá-lo do poder.

Segundo uma testemunha da Reuters nesta terça-feira, a área ao redor do palácio presidencial voltou à calma após dias de disparos contínuos de metralhadora e de armas pesadas — sinal de que o conflito estaria chegando ao fim.

"Estamos em uma situação na qual tudo poderá ser resolvido nas próximas horas", disse Longuet em coletiva de imprensa.

A força de paz das Nações Unidas na Costa do Marfim, apoiada pelos militares franceses, procurou atingir o pesado armamento de Gbagbo com helicópteros de ataque depois que civis foram mortos nos bombardeios dos últimos dias.

Os ataques se concentraram nas bases militares da cidade, mas também em lançadores de foguetes "muito próximos" da residência de Gbagbo em Cocody, declarou o chefe da missão de paz da ONU, Alain Le Roy, aos repórteres durante uma entrevista coletiva na segunda-feira.

Os combates no país produtor de cacau do oeste da África rebaixaram os preços do cacau na terça-feira, enquanto os negociadores apostam em um final rápido para o governo de Gbagbo e na retomada das exportações. Os títulos da dívida europeia do país, de 2,3 bilhões de dólares, subiram à medida que os ataques aumentaram as expectativas de pagamento atrasado.

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