A produção industrial brasileira cresceu 0,2% em janeiro ante dezembro, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 2.
Em relação a janeiro de 2010, a produção aumentou 2,5%, na décima quinta alta consecutiva.
Economistas consultados pela Reuters esperavam queda de 0,4% no mês e alta de 1,5% ante 2010, segundo a mediana das projeções, com as previsões variando de queda de 1,5% a alta de 0,2% na comparação mensal e de queda de 0,1% a alta de 3,0% na anual.
O dado de dezembro ante novembro foi revisado de queda de 0,7% para declínio de 0,8%.
Apesar do resultado superior ao esperado, a pesquisa continuou mostrando um desaquecimento gradual da produção, de acordo com o IBGE.
"O índice acumulado nos últimos doze meses prosseguiu apontando expansão, mas com clara redução no ritmo de crescimento nos últimos meses: 9,4% em janeiro, contra 10,4% em dezembro, 11,7% em novembro e 11,8% em outubro", afirmou o instituto em nota.
Para Newton Rosa, economista-chefe da SulAmerica Investimentos, "o dado não muda o quadro de economia crescendo em ritmo menor".
Entre os 27 setores, 15 tiveram expansão de dezembro a janeiro e 12 tiveram queda. Os setores que mais cresceram foram Material eletrônico e equipamentos de comunicações (+35,5%), Metalurgia básica (+5,3%) e Farmacêutica (+5,4%). Entre as quedas, os destaques foram Veículos automotores (-3,2%), Refino de petróleo e produção de álcool (-2,3%), Minerais não metálicos (-2,8%) e Bebidas (-2,4%).
Três das quatro categorias de uso avançaram na comparação mensal: Bens de consumo duráveis (+6,0%), Bens de capital (+1,8%) e Bens de consumo semi e não duráveis (+0,3%). Já a produção de Bens intermediários caiu 0,4%.
Após o número, porém, as projeções de juros subiram na BM&FBovespa, respaldando a aposta minoritária em um aumento mais elevado do juro nesta quarta-feira, de 0,75 ponto percentual. A maioria dos analistas aguarda um aumento de 0,5 ponto percentual no juro básico.
Com o resultado de janeiro, a indústria está 2,6% abaixo do patamar recorde registrado em março de 2010.