A Colômbia rejeitou nesta quinta-feira, 29, as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que a crise diplomática entre Bogotá e Caracas seria um mero "conflito verbal", ignorando a possível ameaça que representa a presença de guerrilheiros na Venezuela.
O governo brasileiro informou que Lula já tomou conhecimento da reação colombiana e "não considera apropriado que se responda a esse comunicado".
A reclamação ao presidente brasileiro foi feita em um comunicado da Presidência da Colômbia poucas horas antes da reunião emergencial entre chanceleres da região para tentar chegar a uma solução para a ruptura das relações diplomáticas entre Colômbia e Venezuela.
"O presidente da República (da Colômbia) lamenta que o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, com quem temos cultivado as melhores relações, se refira a nossa situação com a República Bolivariana da Venezuela como se fosse um caso de assuntos pessoais", afirmou um comunicado da Presidência colombiana.
Com essas declarações, o presidente brasileiro está "ignorando a ameaça que para a Colômbia e o continente representa a presença dos terroristas das Farc nesse país (Venezuela)", acrescentou.
De acordo com Marcelo Baumbach, porta-voz da Presidência brasileira, "o presidente acredita que a estabilidade das relações entre esses dois países amigos, dois países tão importantes na nossa região, a estabilidade nas relações entre eles, é fundamental para a tranquilidade na região e para o avanço da integração regional."
Ele acrescentou que "o presidente acredita que é só o diálogo entre as partes, a boa vontade, que vai levar à solução desse problema".
O governo do presidente Álvaro Uribe denunciou há uma semana para a Organização dos Estados Americanos que cerca de 1.500 guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do Exército de Libertação Nacional (ELN) estariam se refugiando em território venezuelano e pediu uma comissão especial para investigar a situação.
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, negou imediatamente as acusações e rompeu relações diplomáticas com seu vizinho, além de colocar em alerta suas Forças Armadas, na pior crise entre os países em mais de duas décadas.
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