O Vaticano estuda um suposto milagre, atribuído ao Pontífice, em favor de um morador de Castellammare di Stabia, cidade do interior da região de Nápoles. A cura milagrosa seria de um câncer em fase de metástase por todo o corpo.
A notícia foi dada com exclusividade por Petrus e confirmada pelo Prefeito Emérito da Congregação para a Causa dos Santos, Cardeal José Saraiva Martins. Em entrevista telefônica à Catholic News Agency (CNA), o purpurado português foi muito cuidadoso ao explicar que há diferença entre um “suposto” milagre e um que é confirmado explicitamente pela Santa Sé.
Alegria e prudência
Pio XII já é considerado santo por muitos, como no caso do cardeal Fiorenzo Angelini, 96 anos, seu último colaborador ainda vido, que lhe serviu como mestre de cerimônias. Ao ouvir a notícia do suposto milagre de Castellammare, que, em caso de reconhecimento oficial, abrirá definitivamente as portas para a beatificação de Pacelli, ele diz:
"Eu considero Pio XII santo desde que estava vivo e, como tal, o venero desde o dia em que retornou ao céu. No entanto, fico emocionado ao saber de mais esse passo para o reconhecimento, também canônico, de sua santidade".
Igualmente entusiasmado está o padre jesuíta Peter Gumpel, relator, há 20 anos, da Causa de Beatificação de Pio XII. "Nesses casos, a prudência é um dever, mas não posso negar que estou contentíssimo e penso que poderia ser o momento certo para alçar às honras do altar este papa magnífico, que, aliás, tive o prazer e a alegria de conhecer pessoalmente, constatando ali sua santidade".
Para padre Gumpel, o importante é avaliar atentamente o relatório clínico e "não assediar os que se beneficiaram desta cura, esperando serenamente o pronunciamento oficial da Igreja". De fato, a Cúria de Sorrento – Castellammare di Stabia não divulgou a identidade da pessoa que acredita, e considera seriamente, ter sido milagrosamente curada por intercessão do Papa Pio XII.
O Arcebispo, Dom Felice Cece, tanto diretamente quanto pela boca de seu Vigário episcopal, padre Carmine Giudici, limitou-se a confirmar a abertura, o mais rapidamente possível, de um Tribunal Diocesano, que deverá recolher a documentação relacionada à cura, expressar um primeiro parecer e, depois, transferir as atas à Congregação para as Causas dos Santos. É esse organismo que irá, de fato, através do estudo da teologia e da documentação médica e científica, determinar se a cura pode ser atribuída a Pio XII ou, pelo menos, é sobrenatural.
"A devoção de milhões de crentes de todas as gerações ao redor do mundo mostra que Pio XII – também odiado, escanteado e desprezado sem motivo por aqueles que o acusam de não ter levantado sequer um dedo contra o Holocausto, quanso, na verdade, fez exatamente o contrário – foi realmente uma verdadeira e exemplar testemunha do Evangelho, um autêntido homem da Igreja e um brilhante discípulo de Cristo", finaliza o postulador, padre Peter Gumpel.
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