A greve dos funcionários da Petrobras, deflagrada ontem, 23, em várias bases operacionais da empresa, já conta com a participação de pelo menos 30 mil petroleiros. A informação é da Federação Única dos Petroleiros, que coordena o movimento em todo o país. Segundo a diretora de Sindicato, em São Paulo, Marbi Cristina Noguerino, em alguns terminais a adesão é de quase 100%.
"Algumas bases da Petrobras, como a de Guarulhos, tem praticamente 100% de paralisação. Apenas o bombeamento de querosene para o aeroporto de Cumbica, está sendo feito com apenas 30% de sua capacidade. Nosso objetivo é o de abrir negociações com a empresa, mas ela ainda não se manifestou quanto a isso", completa Marbi.
No terminal de distribuição de derivados do petróleo, em São Caetano do Sul, região do ABC, em São Paulo, os funcionários pregaram faixas e cartazes no portão de entrada, além de anunciar o andamento da greve em todo o país, através de um carro de som. Laércio Borges, um dos diretores sindicais, coordenava o movimento pela manhã e fez questão de frisar um dos pontos principais da paralisação.
"Já são quase duzentas mortes por causa de acidentes em plataformas e bases terrestres da Petrobras. É preciso que se tenha um treinamento de pessoal qualificado afim de evitar acidentes e promover uma segurança interna mais eficaz. Não admitimos que outras mortes por acidente de trabalho continuem acontecendo por falta de capacitação e treinamento de pessoal", protesta o diretor.
De acordo com a Federação Única dos Petroleiros, a greve ainda não tem a adesão planejada nas plataformas petrolíferas porque a maioria dos funcionários embarcados estão sem comunicação com a base sindical. Segundo a FUP, a empresa cortou o uso de celulares e internet afim de que as atualizações das assembléias fossem repassadas para os petroleiros nas plataformas.
A liderança sindical informou que a greve, iniciada ontem, terá a duração de cinco dias e se a avaliação não for positiva, o movimento deve continuar. As principais reivindicações são a manutenção dos postos de trabalho da Petrobras e dos Terceirizados, melhores condições de segurança, treinamento de pessoal e pagamento de horas extras para quem cumpre os turnos durante os feriados.
Em comunicado à imprensa a Petrobras afirma que "manteve, durante todo o dia, diálogo com o movimento sindical, tomando todas as providências para a garantia de suas operações e o abastecimento a seus clientes e população em geral." Segundo a empresa "não há riscos de desabastecimento."
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