Na manhã desta sexta feira, 18, pouco depois de um encontro ecumênico, na cripta da Catedral de Sidney, Bento XVI deslocou-se à Sala Capitular da mesma, onde o aguardavam um grupo de representantes de outras religiões.
Na mensagem que lhes dirigiu, o Papa começou por agradecer as palavras de boas-vindas expressas pelo rabino Jeremy Lawrence e pelo Sheikh Shardy.
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Bento XVI sublinhou mais uma vez que a liberdade de religião é a nota característica da sociedade australiana. “O respeito deste direito fundamental dá aos concidadãos a possibilidade de adorar a Deus segundo consciência, educando também o espírito e agindo segundo as convicções éticas que derivam do respectivo credo religioso”.
Para o Santo Padre, “a harmoniosa correlação entre religião e vida pública é tanto mais importante numa época em que alguns chegaram a considerar a religião como causa de divisão, mais do que como força de unidade. A voz concorde de todos os que têm espírito religioso estimula as nações e as comunidades a resolver os conflitos com instrumentos pacíficos, no pleno respeito da liberdade humana”.
O sentido religioso, observou, abre os homens e as mulheres a Deus e aos outros. Leva-os a descobrir que a verdadeira realização não consiste na gratificação egoísta de desejos efêmeros, abrindo-os às necessidades dos outros e á busca de vias concretas para contribuir ao bem comum. Bento XVI reservou uma referência especial à importância da educação e à dimensão espiritual dos jovens. Neste contexto, exprimiu o seu apreço pela atividade desenvolvida, pelas instituições educativas e pela organização denominada “Cooperação inter-religiosa a favor da paz e da harmonia”, visando integrar corretamente as dimensões intelectuais, humanas e religiosas de uma sólida educação.
Outro aspecto desenvolvido pelo Papa, nesta sua intervenção, foi a unicidade da nossa relação com o reino da natureza: “as religiões do mundo dão atenção à maravilha da existência humana, convidando a não colocar as nossas esperanças últimas neste mundo que passa e a não renunciar quando não conseguimos realizar o bem que nos propúnhamos ou quando encontramos dificuldade em realizar as opções justas em situações complexas. “A universalidade desta experiência humana que transcende todos os confins geográficos e todos os limites culturais, torna possível aos seguidores das religiões empenharem-se no diálogo para enfrentar o mistério das alegrias e dos sofrimentos da vida. Deste ponto de vista, observou ainda o Papa, a Igreja procura intensamente todas as oportunidades para escutar com toda a atenção as experiências espirituais das outras religiões”.
A concluir, o tema da paz, “Vim à Austrália como embaixador de paz”, declarou Bento XVI, “encontramo-nos aqui como pessoas que partilham a mesma aspiração e o desejo de ajudar o mundo a alcançar a paz. “O nosso esforço para chegar à reconciliação entre os povos brota daquela verdade que dá à vida um objetivo, e para ela tende. A religião oferece a paz, mas, ainda mais importante, suscita no espírito humano sede da verdade e fome de virtude.