Tem início nesta quarta-feira, 16, em Madri, na Espanha, a Conferência para o diálogo inter-religioso convocada pelo rei saudita Abdallah bin Abdulaziz Al Sauddi. Participam do evento cerca de 200 expoentes muçulmanos, cristãos, judeus e também budistas.
Para o representante da Santa Sé nesta Conferência, Cardeal Jean-Louis Tauran, o evento é um grande ato de coragem. "A iniciativa constitui um evento muito importante, porque quem o promove não é somente o chefe de um Estado islâmico, o rei saudita Abdallah, mas o custódio das duas santas mesquitas, ou seja, os locais sacros mais significativos do Islã. Ninguém esperava um convite assim tão rápido", afirma o Cardeal.
A decisão de organizar o evento foi tomada no final da Conferência internacional islâmica realizada em Meca, na Arábia Saudita, em junho passado. Bento XVI foi convidado e o Cardeal Tauran será seu representante.
O presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso acrescentou que participará da Conferência com "espírito aberto", porque sente que nos últimos tempos o clima inter-religioso mudou.
O Cardeal Tauran acrescentou que, por parte da Santa Sé, existe o desejo de colher os sinais concretos que poderão sair desse encontro, para restituir a todas as religiões o papel que lhes compete na construção de um mundo pacificado, atento à salvaguarda da criação, dedicado à formação das novas gerações, no pleno respeito de todos e de cada um.
A Espanha foi escolhida para sediar a conferência por ser "o lugar natural para este tipo de diálogo", depois de ter sido durante séculos um local de coabitação entre as três grandes religiões monoteístas, explicou o embaixador saudita na Espanha, Saud bin Naif. O evento encerra-se na sexta-feira.