CNBB

Ano eleitoral e reforma tributária são temas de coletiva na CNBB

A CNBB concedeu uma entrevista coletiva hoje após o término da reunião do Conselho Permanente da Conferência, ocorrida desde quarta-feira, 11. Os assuntos apresentados aos jornalistas foram discutidos durante a reunião dos bispos, que trataram de questões como o problema das drogas, campanhas da Fraternidade de 2008 e 2009, assembléia geral da CNBB, Reforma Tributária, e padres na política.

Ao fim da reunião, o Conselho aprovou uma nota manifestando a posição da CNBB sobre o tema da Reforma Tributária.

Além da reforma tributária, os bispos falaram ainda sobre o ano eleitoral, especialmente sobre o projeto de lei de iniciativa popular, que visa alterar a Lei de Inelegibilidades (Lei 64/1990), bem como sobre o envolvimento de padres na política partidária e na disputa por cargos eletivos.

De acordo com dom Dimas, o novo projeto de lei de iniciativa popular, cujo abaixo-assinado encontra-se em andamento em todo o país, tem o objetivo suspender a candidatura de pessoas condenadas em primeira instância, por crimes graves enumerados pelo próprio projeto, até que estejam quites com a justiça.

"Se conseguirmos a coleta de um milhão e meio de assinaturas, daremos uma contribuição que não irá parar no âmbito da legislação eleitoral, mas vai levar a uma discussão mais ampla em torno de uma reforma política, que todos queremos”, afirmou o bispo.

Na próxima segunda-feira, 16, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e o secretário-geral da CNBB entregarão ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Carlos Ayres Britto, o novo projeto de lei de iniciativa popular. “É um gesto de delicadeza ao TSE”, justificou dom Dimas.

Padres na Política

Quanto aos padres que se envolvem na política partidária ou na disputa por cargos eletivos, a Presidência da CNBB reafirmou o posicionamento da Igreja Católica.

“A proibição dos padres de participarem da política partidária, sobretudo, da disputa aos cargos eletivos, tanto para o judiciário como para o legislativo, não parte da CNBB, parte de princípios e orientações para toda a Igreja. O Código de Direito Canônico, que regula a vida da Igreja, estabelece esta proibição. O que a CNBB tem feito é reafirmar uma orientação que é para toda a Igreja e trazê-la para o contexto da Igreja no Brasil”, declarou dom Geraldo Lyrio.

Segundo dom Geraldo Lyrio, esta orientação ocorre por dois motivos: “Primeiro, porque o padre tem o cargo de anunciar a palavra de Deus com toda a liberdade. Uma posição partidária poderia comprometer esta missão, pois os ouvintes nem sempre saberiam distinguir quando ele fala como servidor da Palavra de Deus ou quando ele fala por interesses político-partidários ou até eleitoreiros. Em segundo lugar, uma das missões que o padre tem é de ser aquele que busca a comunhão da comunidade, que ajuda na reconciliação, e uma posição político-partidária pode condicionar ou até prejudicar este seu serviço de ser o pastor de todos e ser aquele que mantém a unidade da comunidade eclesial, dado que as posições políticas dividem”.

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