Artigo Frei Moser

Caminhando para o fim do ano

Saiba que o fim do ano está novamente próximo. Isto tem um significado um pouco muito diferente para cada pessoa. Para uns é uma espécie de suspiro de alívio: finalmente acabou. Para outros é o contrário: já? Para outros, trata-se de uma convocação: é preciso aproveitar a oportunidade para fazermos uma espécie de balanço de nossa caminhada pessoal, de família e de comunidade de fé. De qualquer forma, para todos o final do ano significa algo de muito especial. No nosso caso, este especial é uma pessoa que vem ao nosso encontro: Jesus Cristo.

De fato, é difícil de imaginar nossa vida sem Natal. Sem Natal, significaria um vazio de sentido para tudo o que fazemos. Um vazio nas nossas orações, um vazio nas nossas celebrações, um vazio nos nossos contatos, um vazio nas nossas festividades. Aquele que é o centro da história humana deverá ser igualmente o centro de nossa vida. Por isto mesmo, é que associamos fim de ano com advento; e associamos advento com a preparação para receber, a cada ano, esta visita tão especial.

O tempo do advento é considerado um tempo forte, sobretudo de um ponto de vista litúrgico. Tempo forte, é tempo denso. As leituras, os cantos, as orações, todas nos colocam num clima de expectativa por algo diferente que deverá acontecer. E este algo de diferente não vai acontecer se nós não caminharmos.

Caminhar ao encontro do Senhor, eis o sentido do advento. Caminhar ao encontro do próximo, eis mais um ângulo do mesmo sentido. Queremos ter um Natal diferente daquele de uma boa parte de nossa população, que só pensa em confraternizações, em bebida, comida, em presentes? Então é preciso viver mais intensamente na espera daquele que está chegando.

Eis que chego…. Esta frase se encontra no livro do Apocalipse. Mas, na realidade ela é bem mais do que uma frase localizada: ela é toda uma compreensão que marca a vida cristã. Deus sempre vai chegando. Ele chegou de modo todo especial naquele primeiro Natal. Ele chega novamente no Natal de cada ano. Ele deverá chegar, de maneira solene no final dos tempos. É com este quadro, do ontem, do hoje e do amanhã, que nós começamos a entender melhor por que a Igreja celebra tão solenemente o tempo do advento e a festa do Natal. Afinal, sem a chegada dele nada teria muito sentido.

Acontece, porém, que se a chegada de Jesus é certa, não é tão certo que nós perceberemos sua chegada. Há certas parábolas, sobretudo aquela das virgens que aguardavam o esposo para dar início aos festejos, que nos alertam para isto: muitas vezes o Senhor tenta chegar e encontra as pessoas dormindo.

Quem tem o direito de dormir é o menino no presépio. Mas não Maria e José, não os pastores, não os reis magos. Todas estes personagens do presépio estão “vigilantes”, ou seja, muito atentos para não perderem nenhum olhar, nenhum movimento. Estar ligado é fundamental para que o Senhor que sempre quer chegar, possa ser acolhido.

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