Dom Eusébio Scheid

"Felizes os que rezam o terço", destaca Cardeal do Rio de Janeiro

"Felizes aqueles que rezam o terço: em família, em pequenos círculos, durante seus trajetos, ou em qualquer momento disponível", disse o Cardeal do Rio de Janeiro, Dom Eusébio Scheid, no encerramento do mês de outubro.

Em sua mensagem semanal em destaque no site de sua arquidiocese, Dom Eusébio explica que o Santo Rosário "nos permite percorrer os grandes momentos da obra salvífica de Cristo, acompanhados por nossa Mãe Maria, de quem tomamos o exemplo de "guardar todas estas coisas no coração".

"Além de ter como centro os Mistérios de Cristo, em conexão com a Trindade Santa e a vida de Nossa Senhora, o Rosário torna presentes as circunstâncias de nossa existência: alegrias, esperanças, angústias, inspirações, bem como dores e decepções."

Dom Eusébio destaca que o Rosário é "composto de quatro blocos de Mistérios, conforme o acréscimo, feito pelo Papa João Paulo II, com a edição da Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae".

"Os Mistérios de Esperança, também chamados Mistérios Gozosos, abrem o Rosário com o anúncio da Encarnação de Jesus, profetizada durante milhares de anos, ao longo da Antiga Aliança: 'Céus, gotejem lá de cima, e as nuvens chovam a justiça; que a terra se abra e produza a salvação, e junto com ela brote a justiça' (Is 45,8)".

Segundo o Arcebispo, "logo depois de Nossa Senhora ter concebido, por obra do Espírito Santo, a presença do Cristo Jesus suscita nela o impulso de visitar sua prima Isabel". Esta "saúda-a, com devotamento, como 'Mãe do meu Senhor'".

Medita-se, em seguida, sobre "a grande alegria da noite de Natal, porque nasceu para nós um Salvador, como fora anunciado aos pastores. E essa alegria se transmite a todos os lares em que reine a paz". Já a respeito da apresentação de Jesus ao templo, Dom Eusébio afirma que "naquele oferecimento ao Pai, cumpriu-se a profecia do Salmo: 'Eis que venho para fazer vossa vontade, meu Deus. É o que me agrada' (Sl 39[40],8-9)".

Destacando os Mistérios Dolorosos, Dom Eusébio explica que eles "«meditam sobre a tristeza, a angústia, o sofrimento e a própria morte, realidades presentes na vida de cada ser humano. Sobre tudo isso o Rosário projeta a luz da Páscoa de Cristo". Na agonia do Horto das Oliveiras, no caminho do Calvário e na Cruz "está o nosso Irmão e Salvador, Aquele que nos amou primeiro, quando éramos ainda pecadores, e que continua a amar-nos (cf. Rm 5,8)".

Os próximos Mistérios, prossegue o Arcebispo do Rio de Janeiro, foram acrescentados por iniciativa do Papa João Paulo II – os Mistérios da Luz. "Eles espargem a luz do Cristo sobre aquelas áreas de nossa vida que ainda se encontram em trevas".

"Contempla-se Jesus sendo batizado; em Caná da Galiléia vamos encontrar Nossa Senhora, ajudando um neo-casal em dificuldades".

"Nos nossos dias, a família é um dos maiores problemas", afirma o arcebispo. "Mas Nossa Senhora está presente, atenta e cuidadosa, basta que a invoquemos".

Encontra-se ainda "o Cristo pregando o Evangelho, depois de quase 30 anos de silêncio, em Nazaré. Diante do Mistério da exaltação no Monte Tabor – o Cristo que se transfigura – aprendemos a descobrir o seu Rosto nos nossos irmãos e irmãs, tantas vezes sofredores, angustiados, desanimados, desfigurados".

Chega-se então à Última Ceia, na qual Jesus institui a Eucaristia. «Nesse Mistério devemos, sempre, deter-nos com especial atenção – destaca Dom Eusébio –, porque a Eucaristia é o Cristo presente, vivo e glorioso».

Fortalecidos pela Eucaristia, explica o Cardeal, "podemos viver o presente com os olhos voltados para o nosso fim último, que contemplamos nos Mistérios Gloriosos". Estes apontam para nosso destino escatológico, que iremos enfrentar com a morte.

"Mas, como afirma São Paulo: 'Nem a morte, nem a vida, nem qualquer outra criatura nos poderá apartar do amor que Deus nos testemunha em Cristo Jesus, nosso Senhor' (Rm 8,38-39)".

"No momento final, é que mais precisamos da força de Cristo. Ele foi aos céus para nos preparar um lugar, como Ele próprio afirmou. E para lá nos conduzirá, para que desfrutemos da contemplação da sua Face, na companhia de Maria, nossa Mãe, e da multidão dos santos e santas que nos antecederam e nos esperam", afirma o arcebispo.

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