Até que se esperava alguma reação desse tipo à visita de duas horas que Bento XVI fez à Fazenda da Esperança, na manhã de 12 de maio. Mas ninguém podia prever que fosse uma resposta imediata e tão espetacular. Em menos de três meses, 2 mil jovens dependentes de drogas e de outros vícios telefonaram pedindo vagas na instituição. Só na primeira semana, foram 150 ligações, todas querendo uma chance de recomeçar a vida nesse lugar que o Papa fez questão de conhecer quando veio a São Paulo e a Aparecida.
Quinta-feira, Frei Hans voou para a Colômbia, onde está fundando mais uma fazenda. Nos próximos meses, será a vez da Itália, que mandou padres da Sardenha para conhecer a experiência de Guaratinguetá. 'Depois da visita do Papa, recebemos 30 ofertas de doação de terras para a abertura de novas unidades', informa Klaus Rantenberg, teólogo alemão que trabalha como voluntário.
'Eu pedi ao Papa que abraçasse os jovens que quisessem cumprimentá-lo e ele concordou, embora eu alertasse que a segurança poderia criar dificuldades', contou Frei Hans. 'Eles sempre exageram um pouco', respondeu Bento XVI, apontando os agentes de segurança do Vaticano e do Brasil. Dito isso, o Papa saiu caminhando no meio da multidão, deixando-se tocar e abraçar, no ponto mais alto de sua viagem ao Brasil.