Bento XVI deu hoje um novo passo de aproximação ao mundo ortodoxo, ao assinar uma declaração comum com o Arcebispo do Chipre, Crisóstomo II.
Classificando o encontro como "fraterno", os dois líderes cristãos falam do crescimento das relações entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa, no seu conjunto, em especial no diálogo teológico.
"Queremos declarar de comum acordo a nossa sincera e firme disposição de intensificar a busca da plena unidade entre todos os cristãos", refere o documento, divulgado em italiano e em grego no site oficial do Vaticano.
"Desejamos que os fiéis católicos e ortodoxos do Chipre vivam fraternamente e na solidariedade plena fundada sobre a fé comum em Cristo ressuscitado", prosseguem.
Os dois líderes falam do trabalho da Comissão Mista Internacional para o diálogo teológico, que se prepara para enfrentar "as questões mais duras que marcaram as vivências históricas da divisão".
"É necessário atingir um acordo substancial para a plena comunhão na fé, na vida sacramental e no exercício do ministério pastoral".
Ao longo do ano passado, Bento XVI confirmou a sua intenção de estar na linha da frente do diálogo ecumênico, com especial destaque para as relações católico-ortodoxas.
Ao receber o Primaz Ortodoxo grego no Vaticano – a primeira visita oficial do gênero desde 1054 -, o Papa abriu caminho para desenvolvimentos significativos no campo das relações entre cristãos da Igreja Católica e da Igreja Ortodoxa”.
952 anos após o “cisma” que separou o Oriente e o Ocidente cristãos, Bento XVI e o Primaz grego assinaram uma declaração comum, na linha daquela que fora assinada entre o Papa e o Patriarca Ecumnico de Constantinopla, Bartolomeu I, dando continuidade ao diálogo católico-ortodoxo – uma das prioridades deste pontificado – ao mais alto nível.
Na sua viagem à Turquia, Bento XVI manifestou abertura para uma discussão relativa às formas de exercício do ministério petrino, mas a declaração conjunta assinada com Bartolomeu I deixava nas mãos da Comissão Mista Internacional Teológica – que regressou aos trabalhos em Setembro de 2006, em Belgrado – a missão de aprofundar as questões levantadas pelo debate em volta do tema “Conciliariedade e Autoridade na Igreja” a nível local, regional e universal.