Bispos falam de suas expectativas para V Conferência
Participam da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe mais de 200 bispos latinos-americanos e brasileiros que, reunidos, esperam nortear novas linhas de ação pastoral, frente à realidade que vive a Igreja em cada um de seus países, identificando os problemas comuns e deliberando, juntos, soluções para tais questões.
Dentre os Prelados, que participam desta Conferência, alguns falaram sobre suas expectativas:
Chile: A Conferência Episcopal do Chile assinala que o sistema democrático, recuperado em todos os países latino-americanos, não cumpriu as expectativas de quem nele acreditou, “sendo a marginalização dos cidadãos das grandes decisões que afetam a sua vida e o futuro dos seus filhos fonte de decepção do sistema democrático imperante”.
“O episcopado chileno destaca o paradoxo da situação atual da Igreja: por uma parte, a Igreja ainda congrega a maioria do povo Latino-americano e do Caribe; por outra, experimenta ataques culturais que pretendem desterrar o substrato religioso e cristão da nossa cultura”, disse o presidente da Conferência dos Bispos do Chile, dom Gonzalo Duarte Garcia de Cortazar.
Nicarágua: O Presidente da Conferência dos Bispos da Nicarágua, Dom Leopoldo José Brenes, disse esperar uma Igreja “que dê respostas às provocações que apresenta o secularismo, o subjetivismo e o relativismo”. Para Dom Leopoldo, é preciso pensar um novo perfil de sacerdote latino-americano, voltar-se para a leitura orante da Bíblia e intensificar a catequese “para obter a tão desejada missionariedade e ministerialidade da Igreja”.
El Salvador: Dom Fernando Sáenz Lacalle, Presidente da Conferência dos Bispos de El Salvador, entende que é preciso “impulsionar processos de formação de agentes de pastoral em cada paróquia” e, lembrou que a Igreja do seu país tem se voltado para as prioridades propostas por João Paulo II na Exortação Apostólica Novo Millennium Ineunte: a santidade, a oração, a eucaristia dominical e a escuta da Palavra de Deus.
México: Dom Carlos Aguiar Retes, Bispo de Texcoco, apresentou a expectativa dos bispos mexicanos, que vêem a necessidade de uma “transformação das estruturas eclesiásticas, para que sejam autenticamente missionárias”. Ao mesmo tempo, entendem que a consciência da dignidade da pessoa humana como “base para a participação social e democrática e para propiciar o desenvolvimento humano que faça possível a superação das grandes desigualdades e desequilíbrios existentes em nosso Continente”.
Os bispos pedem também, que o documento final seja breve e claro, “que o tema central se atenha ao que já está contido nos documentos tanto do Vaticano quanto da Igreja Latino-americana”.
Bolívia: O cardeal Julio Terrazas Sandova, da Bolívia, fez uma análise da realidade político-social de seu país, denunciou a pobreza e a corrupção ainda presentes em sua nação e, mostrou preocupação com o “discurso de descolonizar a Bolívia”. ”Neste ponto a Igreja na Bolívia não defende privilégios, a não ser o direito à liberdade religiosa para seguir anunciando o Evangelho da vida”.
Colômbia: Já o Presidente da Colômbia, Dom Luis Augusto Castro Quiroga, ressaltou a mudança cultural, social e missionária por que passa a sociedade e expressou o desejo de que “aqui em Aparecida possamos desenhar esse novo estilo de vida, de atitudes pastorais e de itinerários espirituais necessários hoje”. Segundo ele, faz-se necessária uma conversão de discípulo, pastoral e espiritual.
Os Bispos da Colômbia esperam que sejam indicados caminhos para a inculturação e para o aprofundamento das relações da Igreja Católica com outras Igrejas cristãs.