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Fé em Deus, não ideologias, é a força da América Latina, diz Papa

A fé no Deus Amor, e não ideologias, foi que fez da América Latina o “Continente da Esperança”, apontou o Papa Bento XVI na homilia da Missa de abertura da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, neste domingo, dia 13, em Aparecida (SP). Diante de uma multidão de mais de 140 mil fiéis, reunidos no pátio da Basílica Nacional, o Pontífice orientou os bispos sobre as decisões a serem tomadas no evento que vai até o final deste mês. [Homilia na íntegra]

“Não é uma ideologia política, nem um movimento social, como tampouco um sistema econômico; é a fé no Deus Amor, encarnado, morto e ressuscitado em Jesus Cristo, o autêntico fundamento desta esperança que produziu tão magníficos frutos desde a primeira evangelização até hoje”, disse Bento XVI. O Pontífice reafirmou a mensagem de sua Encíclica Deus Caritas Est, colocando o encontro pessoal com Jesus Cristo no centro da vida cristã e desaprovando leituras politizadas do Evangelho.

Em sua mensagem, Bento XVI evocou mais de 20 vezes o Espírito Santo e considerou providencial a proximidade da Festa de Pentecostes, que será celebrada no dia 27 deste mês, quatro dias antes do final da V Conferência. O Pontífice afirmou ainda que não é só questão de procedimento, mas faz parte da natureza da Igreja não tomar decisões de forma simplesmente humana. “‘Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós…’ Esta é a Igreja: nós, a comunidade de fiéis, o Povo de Deus, com os seus Pastores chamados a fazer de guia do caminho; juntos com o Espírito Santo”.

Num continente, onde o catolicismo enfrenta os desafios do crescimento das seitas e dos batizados não suficientemente evangelizados, Bento XVI também apontou o modo como a Igreja evangeliza. “A Igreja não faz proselitismo. Ela cresce muito mais por ‘atração’: como Cristo que ‘atrai todos a si’ com a força do seu amor, que culminou no sacrifício da Cruz, assim a Igreja cumpre a sua missão na medida em que, associada a Cristo, cumpre a sua obra conformando-se em espírito e concretamente com a caridade do seu Senhor”.

Um coral com mais de mil vozes animou a celebração, que contou com o entusiasmo dos fiéis que não se cansavam de aplaudir o Pontífice e balançar as bandeiras de seus países.

Ao final da Missa, o Papa Bento XVI rezou o Regina Coeli, oração do tempo pascal, que substitui o Angelus, recitado nos domingos de outros tempos litúrgicos da Igreja. Mais uma vez, o Santo Padre invocou o Espírito Santo e pediu orações pela V Conferência.

Gratidão

No início da celebração, o arcebispo de Aparecida, Dom Raimundo Damasceno, agradeceu ao Santo Padre pela canonização de Frei Galvão e pela arquidiocese ter sido escolhida como sede da V Conferência. Apontou avanços da missão da Igreja no continente latino-americano, como o crescimento do número de seminaristas, mas não deixou de ressaltar também desafios, como a permissividade moral que atinge principalmente os jovens, a pobreza e a desigualdade social. [Leia na integra o agradecimento]

Autoridades e personalidades

Centenas de cardeais, bispos e padres participaram da Missa com Bento XVI, na basílica de Aparecida. Marcaram presença também autoridades civis e personalidades, como o governador de São Paulo, José Serra, o presidente do Senado, Renan Calheiros, o presidente da Câmara Federal, Arlindo Chinaglia, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, e o astronauta brasileiro Marcos Pontes.

Calheiros e Chinaglia participaram de todas as celebrações do Papa, nesta visita ao Brasil.

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