Espiritualidade

Um santo como “amigo do céu” para o novo ano: conheça iniciativa

Em Cachoeira Paulista (SP), sacerdote propõe aos fiéis acolher um santo como companheiro espiritual e modelo de santidade ao longo do ano 

Julia Beck
Da Redação

Foto: Wesley Almeida

A santidade nunca foi vivida de forma abstrata ou distante da realidade humana. Pelo contrário, os santos atravessaram dores, crises, conflitos familiares, dificuldades financeiras, enfermidades e profundas lutas interiores — experiências muito semelhantes às que marcam a vida de milhões de pessoas hoje.

Diante da expectativa que acompanha o início de um novo ano, tempo marcado por propósitos e recomeços, o padre Rafael Beck Ferreira faz um convite aos fiéis da paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Cachoeira Paulista (SP): acolher um santo como um “amigo do céu”, que os acompanhe ao longo do ano, tanto pela intercessão quanto como modelo concreto de santidade.

Padre Rafael Beck / Foto: Arquivo Pessoal

Segundo o sacerdote, a iniciativa é um recurso que auxilia no cultivo da espiritualidade no início do ano, ajudando as pessoas a não se esquecerem de que não caminham sozinhas, mas em comunhão com a Igreja peregrina, sustentada pelas orações da Igreja triunfante.

“Essa prática devocional reforça nossa fé na oração e as atitudes de piedade, psicologicamente ajuda-nos a compreender que não caminhamos solitários, desamparados. Um cristão sempre está rodeado de intercessores”, comenta o presbítero.

Amigo do céu

O fato de o ano civil se encerrar com a memória de um santo — São Silvestre, Papa — e iniciar-se com a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, um dos quatro dogmas marianos que apontam para a afirmação da fé em Cristo, é considerado significativo pelo padre Rafael.

“Assim como a devoção aos santos e a fé na intercessão dos santos faz parte da vida dos católicos, em nossa paróquia, no dia 31 de dezembro, quando os fiéis chegam para a Santa Missa, recebem um papel com um nome de um santo da Igreja, para que aquele fiel — se assim se sentir tocado — possa acolher este santo como um amigo do céu”, reitera.

O sacerdote recorda ainda que o Papa Francisco, na Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate, destacou que os santos, já na presença de Deus, mantêm laços de amor e comunhão com a humanidade. No documento, o predecessor de Leão XIV afirma que todos os fiéis estão “circundados, conduzidos e guiados pelos amigos de Deus”. “Não devo carregar sozinho o que, na realidade, nunca poderia carregar sozinho. Os numerosos santos de Deus protegem-me, amparam-me e guiam-me”, escreveu o Pontífice.

Frutos

A partir do incentivo a essa relação de amizade com os santos, padre Rafael relata que muitos frutos surgem ao longo do ano. “Há fiéis que depois dizem: rezei pedindo a intercessão deste santo e recebi uma graça, padre! Outros contam que não conheciam a vida e a biografia daquele santo, e tornaram-se posteriormente devotos”.

O presbítero reforça que os santos são testemunhas de que é possível, na vida concreta e cotidiana, mesmo diante de tantas circunstâncias adversas, buscar as bem-aventuranças e vencer o pecado e a maldade.

“São aqueles que alvejaram suas vestes no sangue do Cordeiro, que nos enchem de esperança no futuro, quando a terra já for renovada pelos testemunhos de santidade até o advento glorioso de Nosso Senhor! Penso que isso é belo: não iniciamos o novo ano civil com ideais infantis e mágicos, de que a mudança na folha do calendário resolverá todos os problemas instantaneamente, mas olhando para Jesus Cristo e o exemplo dos santos e santas, nossos ‘amigos do céu’, abrimos o coração para renascermos em santidade, iniciando um novo caminho na graça de Deus, iluminando o mundo com bondade e compaixão. Quando as pessoas se santificam, o mundo muda, o Reino de Deus acontece no meio de nós”, finaliza.

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