Padre Edison Oliveira, da Comunidade Canção Nova, aconselha a como viver bem o fim de ano, em clima de recolhimento e escuta do Espírito Santo
Gabriel Fontana
Da Redação

Foto: Canva
A aproximação do Natal pode gerar uma expectativa repleta de preocupações. Comprar presentes, planejar a ceia, arrumar a casa para receber a família, preparar-se para viajar: tudo isso pode acabar tirando o foco do que realmente é o centro desta celebração.
O Advento não se encerrou – ao contrário, estende-se até o dia 24 de dezembro, recordando que a espera pela vinda do Senhor deve ser levada até o fim. É um desafio perseverar nesta preparação, mas também um reflexo do que é a vida do cristão que caminha rumo à eternidade junto a Deus.

Padre Edison Oliveira / Foto: Arquivo pessoal
Missionário da Comunidade Canção Nova, padre Edison Oliveira define o Advento como um tempo de espera séria, conversão e vigilância. Ele destaca a virtude da esperança, que vincula o coração do fiel a Deus, levando-o a olhar para além das esperanças deste mundo.
“É tempo de desacelerar, de entrar no silêncio, de rever a vida à luz de Deus, deixando que o Senhor encontre espaço no nosso coração. É um apelo a sair da superficialidade e a viver mais atentos à voz do Espírito do que ao barulho do mundo”, destaca o sacerdote.
Caminho de interioridade
Padre Edison pontua que, para viver bem o Advento, é preciso deixar que a espera se torne caminho de interioridade. “Isso passa por pequenos gestos concretos: retomar ou aprofundar a oração diária, a leitura orante da Palavra, a participação mais consciente na missa, a confissão sacramental, a reconciliação com alguém, a caridade concreta com os que sofrem”, indica.
Mais do que a ausência de ruído, o silêncio proposto para este tempo envolve “a escolha de escutar”. É desligando as telas, evitando palavras vazias e reservando momentos para estar “a sós com Deus” que consegue-se permitir ao Senhor revelar aquilo que precisa ser curado, purificado e renovado, aponta o sacerdote.
Mesmo os sinais exteriores do fim de ano, como a arrumação da casa e a compra de presentes, podem ganhar um sentido novo desde que vividos a partir da fé. “Somos chamados a transformar cada preparação externa em expressão de amor e atenção às pessoas”, acrescenta padre Edison.
O equilíbrio nasce quando aquilo que fazemos por fora nasce de uma intenção interior: acolher Cristo e fazê-lo presente no meio de nós.
– Padre Edison Oliveira
“Organizar a casa pode ser também organizar o coração; escolher um presente pode ser ocasião de lembrar-se dos que nada têm; reunir a família pode abrir espaço para um momento de oração ao redor do presépio. O equilíbrio nasce quando aquilo que fazemos por fora nasce de uma intenção interior: acolher Cristo e fazê-lo presente no meio de nós”, destaca.
Revisão de vida
Padre Edison também menciona a revisão de vida tradicionalmente feita ao fim do ano, enfatizando a dimensão espiritual. Mais do que uma reflexão do ponto de vista profissional, financeiro ou de saúde, é preciso pensar também em como ficou a relação com Deus ao longo do ano.
“Cada pessoa pode, diante de Deus, perguntar-se: como foi minha relação com o Senhor neste ano? Cresci na caridade, na paciência, no perdão, na participação na comunidade? Que pecados e fragilidades preciso entregar à misericórdia de Deus?”
Segundo o sacerdote, a fé ilumina esse processo, lembrando que cada ser humano não caminha sozinho. “O Espírito Santo nos conduz, fortalece e corrige. Assim, os propósitos para o novo ano podem ser colocados em atitude de oração: pedir a graça de ser mais fiel, de cuidar melhor da alma, de servir mais, de ter um coração mais parecido com o de Jesus”, conclui.




