Em um rápido mergulho na minha vida profissional, confesso que tive certa resistência em trocar minha velha e boa máquina de datilografia por um computador. Já tinha oito anos de profissão no início dos anos 2000 e não imaginava o tamanho da estrada que eu ainda iria trilhar até aqui. Foram muitas inovações surpreendentes. O que mais me deixava confortável era saber que o padrão dos teclados da máquina de escrever era — e ainda é — praticamente o mesmo dos teclados do computador, com alguns acréscimos. Esse detalhe me tranquilizou para continuar o casamento do teclado com as palavras e frases.
Também não imaginava que essa transição tecnológica viria acompanhada de uma decisão pessoal: mudar minha forma de escrever e o sentido dos meus textos, tomando como base o Evangelho de Jesus Cristo. Começar a escrever para o site da Canção Nova e ver meus conteúdos figurando até mesmo na primeira página do portal me deixava — e ainda deixa — lisonjeado. Não por vaidade, que às vezes tenta suspirar no meu ser jornalístico, mas pela consciência da responsabilidade do que escrevo, para onde escrevo e para quem escrevo.
Fazer parte dessas três décadas da Canção Nova na internet é motivo de profundo agradecimento a todos que me incentivaram a dar esse passo, mas, sobretudo, a Deus, que me deu um dom para ser usado, e não enterrado. Nunca imaginei que, das minhas primeiras aulas de datilografia, em 1983, com foco em trabalhar como auxiliar de escritório, eu me tornaria jornalista — um jornalista que, modéstia à parte, batalha para conduzir os leitores a uma reflexão mais profunda.
Não imaginava que essa arte de escrever, desenvolvida com a ajuda de ótimos professores de editoria de texto, me levaria a mudar o rumo da estrada e dedicar-me à produção de conteúdos voltados ao Amor que não passa. Esse é o melhor presente, o melhor salário e a maior recompensa que recebo todos os dias: poder usar, por permissão de Nosso Senhor, Suas ações, Suas palavras e Seu amor para escrever boas histórias — histórias que, além de reais, jamais deixarão de ser lembradas.
A verdade é o maior e melhor combustível para todo jornalista íntegro e honesto, que deseja ajudar os outros a compreender o fio sensível de um conteúdo que pode ser esquecido, se não for cuidado e renovado diariamente. Por isso, sou ainda mais feliz em ser missionário e jornalista que escreve para quem acessa a internet da Canção Nova.