O Papa Leão XIV presidiu a Audiência Jubilar, na Praça São Pedro, como parte do Jubileu dos Catequistas que teve início nesta sexta-feira, 26
Da redação, com Vatican News

Leão XIX durante o Jubileu dos Catequistas / Foto: Vatican Media – Hans Lucas via Reuters
O Papa Leão XIV realizou uma Audiência Jubilar especial na Praça de São Pedro neste sábado, 27, enquanto milhares de catequistas participam do Jubileu dos Catequistas de 26 a 28 de setembro.
“O Jubileu nos torna peregrinos de esperança, porque intuímos uma grande necessidade de renovação que diz respeito a nós e a toda a terra”, disse o Pontífice no início de sua catequese.
“Acabei de dizer “intuímos”: este verbo – intuir – descreve um movimento do espírito, uma inteligência do coração que Jesus encontrou sobretudo nos pequenos, isto é, nas pessoas de alma humilde”, sublinhou ainda o Papa, destacando que “muitas vezes, de fato, as pessoas instruídas intuem pouco, porque presumem saber. É belo, ao contrário, ter ainda espaço na mente e no coração, para que Deus possa se revelar. Quanta esperança quando surgem novas intuições no povo de Deus”!
Jesus se alegra com isso, está cheio de alegria, porque percebe que os pequenos intuem. Eles têm o sensus fidei, que é como um “sexto sentido” das pessoas simples para as coisas de Deus. Deus é simples e se revela aos simples. Por isso, há uma infalibilidade do povo de Deus na fé, da qual a infalibilidade do Papa é expressão e serviço.
A seguir, o Papa recordou “um momento na história da Igreja que mostra como a esperança pode vir da capacidade de intuição do povo. No século IV, em Milão, a Igreja estava dilacerada por grandes conflitos e a eleição do novo bispo estava se transformando em um verdadeiro tumulto. Interveio a autoridade civil, o governador Ambrósio, que com grande capacidade de escuta e mediação trouxe tranquilidade. A história conta que então uma voz de criança se levantou para gritar: “Ambrósio bispo!” E assim todo o povo pediu: “Ambrósio bispo!”
“Ambrósio nem sequer era batizado, era apenas um catecúmeno, ou seja, estava se preparando para o batismo. O povo, porém, intui algo profundo nesse homem e o elege. Assim, a Igreja teve um de seus maiores bispos e um doutor da Igreja”, disse ainda o Papa Leão.
De acordo com o Pontífice, “Ambrósio, a princípio, não quer, até foge. Depois compreende que se trata de um chamado de Deus, então se deixa batizar e ordenar bispo. E se torna cristão sendo bispo”!
Veem que grande presente os pequenos deram à Igreja? Também hoje esta é uma graça a se pedir: tornar-se cristão enquanto se vive o chamado recebido! Você é mãe, você é pai? Torne-se cristão como mãe e pai. Você é empresário, operário, professor, padre, religiosa? Torne-se cristão no seu caminho. O povo tem esse “faro”: ele percebe se estamos nos tornando cristãos ou não. E pode nos corrigir, pode nos indicar o caminho de Jesus.
“Ao longo dos anos, Santo Ambrósio retribuiu muito ao seu povo. Por exemplo, inventou novas formas de cantar salmos e hinos, de celebrar, de pregar. Ele mesmo sabia intuir, e assim a esperança multiplicou-se. Agostinho foi convertido pela sua pregação e foi batizado por ele. Intuir é uma forma de esperar, não o esqueçamos”, frisou ainda o Papa.
Leão XIV concluiu, dizendo que “é assim que Deus faz sua Igreja seguir em frente, mostrando-lhe novos caminhos. Intuir é o faro dos pequenos para o Reino que vem. Que o Jubileu nos ajude a nos tornarmos pequenos segundo o Evangelho para intuir e servir os sonhos de Deus”!