Papa Leão XIV discursou aos parlamentares presentes no Vaticano por ocasião do Jubileu dos Governantes; frisou a contribuição da boa ação política
Da Redação, com Vatican News

Audiência do Papa com participantes do Jubileu dos Governantes / Foto: IMAGOCatholicpressphoto via Reuters Connect
O Papa Leão XIV recebeu, neste sábado, 21, parlamentares e suas delegações de 68 países – entre eles o Brasil – dentro da programação do Jubileu dos Governantes. Citando Pio XI, o Pontífice recordou a definição da ação política como “a forma mais alta de caridade” por seu serviço à sociedade e ao bem comum.
Em seu discurso, Leão compartilhou com os presentes três pontos, em especial: o serviço do bem comum, a liberdade religiosa e a inteligência artificial.
O serviço do bem comum, segundo o Papa, destaca a tarefa dos políticos de promover e proteger o bem da comunidade, especialmente em defesa dos mais fracos e marginalizados. “Uma boa ação política, favorecendo a distribuição equitativa dos recursos, pode oferecer um serviço eficaz à harmonia e à paz, tanto a nível social quanto no âmbito internacional”, pontuou.
Liberdade religiosa e IA
Na segunda reflexão aos parlamentares, Leão XIV observou que a ação política também pode fazer muito no campo da liberdade religiosa e diálogo inter-religioso. Trata-se de promover as condições para que haja efetiva liberdade religiosa e possa se desenvolver um encontro respeitoso e construtivo entre as diversas comunidades religiosas. Ele pontuou que acreditar em Deus, com os valores positivos que daí derivam, é uma fonte de bem e de verdade.
Ao falar sobre o desafio da inteligência artificial, o Santo Padre lembrou que, apesar do seu potencial para a sociedade, sua utilização não deve comprometer a identidade, a dignidade e as liberdades fundamentais da pessoa humana. Ela é um instrumento para o bem do ser humano, não para diminuí-lo. “A vida pessoal vale muito mais que um algoritmo, e as relações sociais precisam de espaços humanos muito maiores do que os esquemas limitados que qualquer máquina sem alma possa pré-fabricar”. E a política é chamada a responder ao desafios da nova cultura digital com visão e atenção.
O exemplo de São Tomás Moro
Concluindo seu discurso aos políticos presentes, Leão XIV citou o exemplo de São Tomás Moro (Thomas More, Thomas Morus), homem fiel às suas responsabilidades civis e um servidor do Estado. Ele interpretou a política como uma missão para o crescimento da verdade e do bem.
“A coragem com que não hesitou em sacrificar a própria vida para não trair a verdade, torna-o ainda hoje, para nós, um mártir da liberdade e da primazia da consciência. Que o seu exemplo seja também para cada um de vocês fonte de inspiração e de planejamento”.