Vaticano divulgou texto da catequese do Papa para hoje; Francisco concluiu reflexões sobre a infância de Jesus no ciclo de catequeses do Jubileu
Da Redação, com Boletim da Santa Sé

Detalhe da cruz peitoral do Papa Francisco, registro de 2021 / Foto: IPA/ABACA via Reuters Connect
Com o episódio bíblico do reencontro de Jesus no Templo, o Papa Francisco encerrou a etapa de reflexão sobre a infância de Jesus no ciclo de catequeses “Jesus, nossa esperança”, referente ao Jubileu 2025. Como nas semanas anteriores, não houve a tradicional Audiência Geral de quarta-feira devido à hospitalização do Santo Padre, mas o Vaticano divulgou o texto da sua reflexão para hoje, 5 de março.
Francisco comentou que o relato bíblico presente no Evangelho segundo Lucas (capítulo 2, versículos 46.48-50) apresenta um diálogo interessante entre Maria e Jesus e ajuda a refletir sobre o caminho de Nossa Senhora, que certamente não foi fácil. “Maria cumpriu um itinerário espiritual ao longo do qual avançou na compreensão do mistério do seu Filho”.
Maria, peregrina de esperança
O Pontífice repassou, então, a trajetória de Nossa Senhora. Primeiro, no início da gravidez, foi visitar Isabel e com ela ficou por três meses, até o nascimento de João. Depois, aos nove meses de gestação, precisou ir a Belém com José devido ao recenseamento e lá deu à luz Jesus. Após 40 dias, foram a Jerusalém para apresentar o Menino no templo e, a cada ano, para lá retornavam em peregrinação. Mas com Jesus ainda pequeno tiveram que se refugiar no Egito para protegê-lo de Herodes e só depois da morte do rei se estabeleceram de novo em Nazaré. Quando Jesus inicia seu ministério, já adulto, Maria está presente; depois, acompanha tudo “à distância” até sua última viagem a Jerusalém, paixão e morte. Após a Ressurreição, Maria lá permanece como Mãe dos discípulos, sustentando sua fé à espera da efusão do Espírito Santo.
“Em todo este caminho, a Virgem é peregrina de esperança, no sentido forte que se torna a ‘filha do seu Filho’, sua primeira discípula. Maria trouxe ao mundo Jesus, Esperança da humanidade: alimentou-o, o fez crescer, ela o seguiu deixando-se plasmar primeiro pela Palavra de Deus”, observou o Papa.
A vivência da dor dos pais que perdem seus filhos
A experiência do desaparecimento de Jesus aos 12 anos, durante a peregrinação anual a Jerusalém, apavorou Maria a ponto dela também agir como porta-voz de José ao repreender o filho, escreveu o Papa. Maria e José vivenciaram a dor dos pais que perdem um filho.
Ao voltar para o Templo, acrescentou Francisco, descobrem que Aquele que, aos seus olhos, até pouco antes era uma criança a ser protegida, de repente cresceu. Agora era capaz de se envolver em discussões sobre as Sagradas Escrituras com os mestres da Lei.
Diante da repreensão da mãe, continuou o Pontífice, Jesus responde com uma simplicidade: “Por que me procurais? Não sabeis que devo me ocupar das coisas de meu Pai?”. Maria e José não compreendiam, o mistério de Deus feito menino superava a sua inteligência, explicou o Pontífice: os pais queriam proteger a criança, enquanto Jesus queria viver sua vocação de Filho do Pai.
Seguir os passos do Senhor
O Papa observou, então, aos fiéis que os relatos do evangelista Lucas sobre a infância de Jesus terminam com as últimas palavras de Maria que recordam a paternidade de José com relação a Jesus. Ao mesmo tempo, traz as primeiras palavras de Jesus, que reconhecem como essa paternidade se origina daquela do seu Pai celestial.
“Queridos irmãos e irmãs, como Maria e José, cheios de esperança, sigamos também nós os passos do Senhor, que não se deixa conter pelos nossos esquemas e se deixa encontrar não tanto num lugar, mas na resposta de amor à terna paternidade divina, uma resposta de amor que é vida filial.”, concluiu.