Arcebispo de Caracas expressa alegria e gratidão após anúncio da canonização de José Gregorio Hernández; “é um santo para nosso tempo”, afirmou
Da redação, com ADN Celam
Cartaz da Conferência Episcopal Venezuelana celebra anúncio da canonização de José Gregorio Hernández / Foto: Divulgação CEV Medios
O arcebispo de Caracas, Dom Raúl Biord Castillo, expressou sua alegria e gratidão pelo anúncio da canonização de José Gregorio Hernández, conhecido como “médico dos pobres”.
A Santa Sé anunciou oficialmente nesta terça-feira, 25, os decretos do Dicastério da Causa dos Santos aprovados pelo Papa Francisco, permitindo assim a canonização de um dos mais queridos e venerados beatos da Venezuela.
“Este acontecimento histórico, há muito esperado pelo povo venezuelano, é um reconhecimento da vida exemplar e das virtudes heroicas de um homem que dedicou sua existência a aliviar o sofrimento humano e a transmitir uma mensagem de amor e esperança”, afirmou o arcebispo de Caracas.
Ele destacou que José Gregorio Hernández “é um santo para nosso tempo, modelo de cristão leigo que nos convida a viver a fé com alegria e compromisso, e a colocar a serviço dos outros nossos talentos e capacidades”.
Um processo de mais de sete décadas
A causa de santidade de José Gregório começou oficialmente em 1949, há 76 anos, sob a liderança do arcebispo da época, Dom Lucas Guillermo Castillo, e passou por várias etapas: em 1986, o Papa João Paulo II o declarou venerável, reconhecendo suas virtudes heroicas; no ano de 2020, o Papa Francisco aprovou um milagre atribuído a sua intercessão, permitindo a beatificação em abril de 2021; e finalmente, neste 25 de fevereiro de 2025, o Papa Francisco deu o parecer favorável para sua canonização, cuja data será definida nos próximos meses.
Foto: Divulgação CEV medios
O médico dos pobres
José Gregorio Hernández nasceu em 26 de outubro de 1864 em Isnotú, Trujillo. Desde jovem demonstrou um talento acadêmico excepcional. Formou-se médico na Universidade Central da Venezuela e se especializou em Paris, onde destacou-se por sua excelência e compromisso social.
Ao regressar para a Venezuela, dedicou sua vida a atender os mais pobres e desfavorecidos. Seu consultório tornou-se um refúgio para aqueles que não tinham acesso aos cuidados médicos. Além de seu trabalho profissional, oferecia conforto espiritual e apoio emocional aos seus pacientes.
Sua fé católica permeou sua vida e seu trabalho, manifestando-se no seu amor ao próximo e sua dedicação incondicional. Desde sua morte, em 1919, José Gregório tornou-se um ícone de fé e esperança na Venezuela e seu legado de amor continua vivo no coração de milhares de pessoas.
Em uma recente entrevista, o cardeal Baltazar Porras contou que o Papa Francisco encantou-se com a vida de José Gregório, e o nomeou como copatrono do ciclo de estudos em ciências da paz da Pontifícia Universidade Lateranense, de Roma. “Não foi porque lhe pedimos, mas foi por sua iniciativa (do Papa)”, disse o cardeal.
“José Gregório não é alguém do passado, mas do presente, que nos une”, disse o cardeal, e assegurou que seu legado é um convite a viver com alegria e compromisso, e a colocar os talentos e capacidades a serviço dos outros.
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