Francisco protagonizou uma cena que se tornou um ícone da história recente, quando, sozinho na Praça São Pedro, clamou a Deus pelo fim da pandemia
Júlia Beck
Da Redação
O Papa Francisco concedendo a Bênção Urbi et Orbi ao final do “momento universal de oração” pelo fim da pandemia /Foto: ABACA via Reuters
Em meio ao adeus ao Papa Francisco, várias são os momentos fortes para fazer memória. Francisco protagonizou cenas que certamente ficaram registradas na cabeça dos fiéis. Quem não se lembra do Pontífice na Praça São Pedro vazia em 27 de março de 2020? Em meio ao lockdown na Itália em várias partes do mundo, num gesto de fé, Francisco conduziu uma oração para clamar a Deus pelo fim da pandemia. A cena tornou-se um ícone da história recente.
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Em 2020 a sombra da morte assolou o mundo. O período da pandemia ficou marcado pelo medo, incerteza e isolamento de pessoas do mundo todo. Ao mesmo tempo teve uma das cenas mais emblemáticas da história da Igreja: o Papa caminhando na Praça São Pedro vazia – sem a presença de fiéis, em um contraste de cores entre sua veste branca e o céu cinza e chuvoso daquele fim de tarde, em direção ao patamar onde comumente proferia a Catequese para milhares de pessoas.
A reflexão de Francisco ecoou nos corações de uma multidão de católicos que, apesar da ausência presencial, o acompanhavam pelas mídias vaticanas. O texto do Papa, acompanhado da oração pelo fim da pandemia, a Adoração ao Santíssimo Sacramento e a Benção Urbi et Orbi inundaram o mundo de esperança e coragem para enfrentar a tempestade da pandemia com consciência de que Jesus não estava distante, mas na mesma barca da humanidade.
O Santo Padre também beijou o crucifixo milagroso da Igreja de São Marcelo, em Roma. O ato de grande expressividade se deu pelo valor deste símbolo. Ele ganhou a devoção dos fiéis em 1519 quando, após um incêndio entre 22 e 23 de maio, permaneceu intacto. Depois disso, em 1522, o crucifixo foi levado às ruas de Roma quando a cidade enfrentava uma grande epidemia e ela foi extinta.
Foto: ABACAPRESS.COM
O fim da pandemia da Covid-19 foi declarado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apenas no início do mês de maio de 2023. Uma das falas marcantes do Pontífice ao longo destes três anos reforçava que a pandemia havia colocado em evidência a interdependência de todos:
“Para sairmos melhores desta crise, devemos fazê-lo juntos, juntos, não sozinhos. Sozinhos porque não se consegue. Ou se faz juntos ou não se faz. Devemos fazê-lo juntos, todos nós, em solidariedade”.
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