Aniversário presbiteral

Francisco: 55 anos de um sacerdócio que traz esperança aos corações

Em 13 de dezembro de 1969, Jorge Mario Bergoglio iniciava sua vida sacerdotal; relembre as mensagens de esperança deixadas por ele nos últimos tempos

Julia Beck
Da redação

Jorge Mario Bergoglio enquanto Bispo, Cardeal e Papa /Foto: Reuters/ Enrique Marcarian – Reuters/ ABACA via Reuters

Há 55 anos, Jorge Mario Bergoglio era ordenado sacerdote por Dom Ramón José Castellano. Uma trajetória presbiteral que (somada à sua posterior atuação como bispo, cardeal e, agora, Papa) traduz uma importante caminhada dentro da sua congregação, conferência episcopal e, atualmente, na condução da Cátedra de Pedro.

Para além das funções, a maior missão do sacerdote – descreveu o próprio Papa Francisco, em 2021 – é a de ser “um homem que, à luz do Evangelho, espalhe o gosto de Deus ao seu redor e transmita esperança aos corações atribulados”. Esperança essa que é tema do Ano Santo de 2025 (que será iniciado no dia 24) e tão presente em inúmeros discursos do Santo Padre.

Em 2014, um ano após o início de seu pontificado, o Papa exortou os fiéis a não serem cristãos de aparência. Segundo ele, colocar em prática todos os dias o amor de Jesus gera esperança. Outro ponto defendido pelo Pontífice, desta vez em 2016, é de que a alegria e esperança caminham juntas. Francisco reforçou que a alegria sem esperança é um simples divertimento e que a esperança sem a alegria não vai além de um saudável otimismo.

Esperança e Advento

As falas do Santo Padre sobre esperança se dão, principalmente, neste Tempo Litúrgico do Advento. Em 2016, ele sublinhou que o presépio e a árvore de Natal formam uma mensagem de esperança que ajuda a criar o clima natalício favorável para viver com fé o mistério do Nascimento do Redentor.

“Para o cristão, esperar significa a certeza de estar em caminho com Cristo rumo ao Pai, que nos aguarda. Esta esperança, trazida pelo Menino Jesus, oferece uma meta, um destino bom para o presente: a salvação da humanidade e as bem-aventuranças a quem se entrega a Deus misericordioso. Como resume São Paulo, ‘Na esperança fomos salvos’”, disse em outra ocasião.

Ciclo de catequeses

Em 2017, a esperança cristã foi tema de um dos ciclos de catequese. Em março, o Pontífice explicou que a esperança cristã não se baseia em raciocínios, previsões e garantias humanas; ela se manifesta quando não há mais nada em que esperar. “A grande esperança se fundamenta na fé e precisamente por isso é capaz de ir além de qualquer esperança. Não se baseia em palavras humanas, mas na Palavra de Deus”, frisou.

Neste mesmo ciclo, Francisco afirmou na catequese de 5 de abril que a esperança não é um conceito, nem um sentimento. Ela é uma pessoa: Jesus. Em junho daquele mesmo ano, o Santo Padre indicou que a paternidade de Deus era fonte de esperança.

Francisco, na Audiência Geral de agosto de 2017, recordou que as páginas finais da Bíblia mostram o horizonte último do caminho do crente: a Jerusalém do Céu, a Jerusalém celeste. Nesta reflexão, ele comentou que a Jerusalém celeste é uma novidade, uma esperança para a humanidade.

Vocação

A vocação também está intimamente ligada à esperança. Ainda em 2017, o Santo Padre destacou que o matrimônio, a vida consagrada, o sacerdócio, ou seja, cada vocação verdadeira se inicia com um encontro com Jesus. Isso “nos dá alegria e uma esperança nova; e nos conduz, mesmo em meio às provações e dificuldades, a um encontro sempre mais pleno, cresce, aquele encontro, maior, o encontro com Ele e à plenitude da alegria”, refletiu.

Sobre as famílias, o Pontífice ressaltou em 2018, no Encontro Mundial, que elas são a esperança da Igreja e do mundo. Deus, Pai, Filho e Espírito Santo criou a humanidade à sua imagem para fazê-la participante do seu amor, para que fosse uma família de famílias e gozasse da paz que só Deus pode dar.

Em 2024, no Dia Mundial de Oração pelas Vocações, Francisco convocou bispos, sacerdotes, consagrados e fiéis de todo o mundo a rezar pedindo para que sejam semeadores de esperança e construtores da paz.

“É decisivo, para nós cristãos, cultivar um olhar cheio de esperança no nosso tempo, para podermos trabalhar frutuosamente respondendo à vocação que nos foi dada ao serviço do Reino de Deus, Reino do amor, de justiça e de paz”. 

Juventude

A juventude é constantemente associada à esperança. Em 2022, o Pontífice declarou que os jovens são a esperança de uma nova humanidade. Em maio deste ano, ele reforçou que a esperança é a virtude de quem tem o coração jovem. No entanto, ele garantiu que não falava sobre idade. “Porque também há idosos com os olhos cheios de luz, que vivem uma tensão permanente em relação ao futuro”, enfatizou.

Em setembro, o Santo Padre afirmou aos jovens, na JMJ Diocesana, que a esperança vence todo o cansaço, crise e ansiedade. “Cada um de vós ofereça ‘ao menos um sorriso, um gesto de amizade, um olhar fraterno, uma escuta sincera, um serviço gratuito, sabendo que, no Espírito de Jesus, isso pode tornar-se uma semente fecunda de esperança para quem o recebe’, e assim vos tornareis incansáveis missionários da alegria”.

Ar que os cristãos respiram

Em outubro de 2019, durante homilia na Casa Santa Marta, o Papa afirmou que a esperança é uma virtude que não se vê, não é fácil de ser vivida, mas deveria ser o ar que um cristão respira. “A esperança não desilude. Jamais. Se você espera, não será desiludido. É preciso abrir-se a esta promessa do Senhor, voltados para aquela promessa, mas sabendo que existe o Espírito que trabalha em nós”, disse.

Em entrevista, no ano de 2023, o Pontífice defendeu que não se pode viver sem esperança, pois ela dá sabor à vida. “Se eliminássemos as pequenas esperanças de cada dia, perderíamos nossa identidade”, pontuou. Segundo ele, homens e mulheres não percebem que vivem de esperança. “E a esperança teológica é muito humilde, mas é ela que dá sabor à nossa vida cotidiana. Pensar que talvez o amanhã seja melhor não é fugir. É outra coisa”.

Pandemia

No início da pandemia da Covid-19, do Patamar da Basílica de São Pedro, o Santo Padre realizou um momento de oração com toda a Igreja. A reflexão foi baseada no Evangelho de São Marcos (4, 35-41) que relata o momento em que Jesus está em uma embarcação junto aos seus discípulos, quando surge uma grande tormenta. Na ocasião, a esperança foi novamente exortada. Francisco pediu que o mundo abraçasse o Senhor para abraçar a esperança.

Na Páscoa daquele mesmo ano, em abril, o Santo Padre declarou que a Ressurreição de Jesus traz esperança em tempos difíceis. “Se Jesus ressuscitou, é possível olhar todo o evento da nossa humanidade com esperança, até os mais difíceis, repletos de angústia e incertezas”, disse.

Um ano depois, em fevereiro de 2021, ainda no período pandêmico, o Pontífice defendeu que a fraternidade e a esperança são os remédios para o mundo. No final daquele mesmo ano, o Papa frisou que a esperança não decepciona, “Deus não decepciona”. Na Solenidade do Natal, ele salientou que a esperança é mais forte que as dificuldades, pois Jesus nasceu. Na última celebração de 2021, reafirmou: “Tenhamos confiança, nos momentos bons e naqueles dolorosos: a esperança que Ele nos dá é a esperança que nunca desilude”.

Jubileu

Neste Ano da Oração, de preparação para o Jubileu 2025, o Santo Padre enfatizou por diversas vezes a esperança. “Que a esperança preencha os nossos dias!”, desejou na Solenidade da Ascensão, em maio. Em junho, pediu: “Encarar a vida com esperança”. Já em agosto, sugeriu que o mundo cansado da guerra precisava renovar a esperança.

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