Natividade de Belém

Mensagem do presépio é de amor. Chega de guerras!, pede Papa

A “Natividade de Belém 2024” foi oficialmente inaugurada por Francisco, oportunidade em que convidou, mais uma vez, para se rezar pela paz no mundo

Da redação, com Vatican News

Papa Francisco olha para um presépio, desenhado por artistas e artesãos de Belém, exposto na sala Paulo VI no Vaticano / Foto: REUTERS/Remo Casilli

Como acontece tradicionalmente no dia da inauguração do presépio e da árvore de Natal na Praça São Pedro, neste sábado, 7, o Papa Francisco recebeu as delegações italianas que fizeram as doações para o Vaticano, respectivamente de Grado, da diocese de Gorizia, e de Ledro, da diocese de Trento.

Na oportunidade, na Sala Paulo VI, que recebeu o grande grupo de cerca de duas mil pessoas para a audiência, foi aberta oficialmente a “Natividade de Belém 2024”, um conjunto de representações do nascimento de Jesus produzidas e confeccionadas na própria Belém por artesãos locais.

Representantes tanto do presidente da Palestina como da Embaixada da Palestina junto à Santa Sé também estavam presentes e foram saudados pelo Pontífice, assim como as outras autoridades civis e eclesiais.

A árvore de Natal

O Papa, então, falou da proveniência do abeto de 29 metros de altura que decora a Praça de São Pedro, que veio de Ledro, no Trentino. Ele reforçou, em discurso, que a escolha da espécime foi determinada não apenas por um valor estético, mas pelo valor ecologicamente responsável:

“A solenidade majestosa da árvore é impressionante. Ela, cortada de acordo com os princípios ecológicos da substituição natural da floresta, traz os sinais de muitos anos, as muitas camadas do tronco maciço, as velhas que deram vida às jovens, as jovens que envolveram e protegeram as velhas, todas que sobem juntas para o alto. Pode ser uma bonita imagem da Igreja, povo e corpo, a partir da qual a luz de Cristo se espalha pelo mundo, precisamente por causa da sucessão de gerações de fiéis que se reúnem em torno da única origem, Jesus: as velhas deram vida às jovens, as jovens abraçam e protegem as antigas, em missão no mundo e a caminho do céu. Assim segue adiante o povo santo fiel de Deus.”

Presépio construído em comunidade

“À sombra do grande abeto”, na Praça de São Pedro, continuou Francisco, está o presépio que foi criado pela comunidade de Grado, na região norte de Friuli-Venezia Giulia, conhecida como “a Primeira Veneza”. A representação reproduz um “casone” da Lagoa de Grado, uma daquelas casas de pescadores construídas com barro e junco, onde os habitantes das “mote”, as pequenas ilhas da lagoa, compartilhavam a vida cotidiana durante o trabalho da pesca. O Papa continuou falando de mais esse símbolo do Natal:

“Os ‘casoni’ são cercados por água e, para chegar lá, é preciso da ‘batela’, o típico barco de fundo plano que possibilita o deslocamento em águas rasas. E também para chegar a Jesus é preciso de um barco: a Igreja é o barco. Não se chega a ele ‘sozinho’, jamais, se chega a ele juntos, em comunidade, naquele pequeno grande barco que Pedro continua a guiar e a bordo do qual, apertando-se um pouco, sempre há lugar para todos. Na Igreja, sempre há lugar para todos. Alguns podem dizer: “mas para os pecadores?” Esses são os primeiros, são os privilegiados, porque Jesus veio pelos pecadores, por todos nós, não pelos santos. Por todos. Não se esqueçam disso. Todos, todos, todos, todos dentro.”

O presépio e a árvore na Praça de São Pedro permanecem em exibição até o final do período de Natal, que coincide com a Festa do Batismo do Senhor, em 12 de janeiro de 2025.

A Natividade de Belém que veio da Palestina

Por fim, o Papa descreveu os presépios de Belém da Sala Paulo VI, que foram produzidos na terra onde nasceu Jesus. Eles são diferentes, observou Francisco, mas com a mesma mensagem: de paz e de amor que Jesus nos deixou. Então, o Pontífice lembrou de quem sofre com a tragédia da guerra:

“Com lágrimas nos olhos, elevamos nossa oração pela paz. Irmãos e irmãs, chega de guerras, chega de violência! Vocês sabiam que um dos investimentos mais lucrativos é na fábrica de armas? Lucrar por matar… mas por quê? Chega de guerras! Que haja paz em todo o mundo e para todas as pessoas, a quem Deus ama!”

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