Missa Solene, por ocasião do dia do primeiro santo brasileiro, aconteceu na manhã desta quinta-feira, 25, no Santuário dedicado a ele, em Guaratinguetá (SP)
Julia Beck
Da redação
O primeiro santo brasileiro, Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, é celebrado nesta sexta-feira, 25. No Santuário dedicado a ele – localizado em sua terra natal, Guaratinguetá (SP), o dia é repleto de celebrações. A Missa Solene aconteceu nesta manhã, às 9h, e foi presidida pelo padre da Arquidiocese de Aparecida (SP), Renan Rangel.
Desde o dia 16 de outubro, fiéis se reuniram no santuário para viver a Novena dedicada ao santo. Este ano, o período teve como tema: “Peregrino da caridade”; e lema: “Onde houver desespero, que eu leve a esperança”.
Frei Galvão foi mensageiro da paz e da esperança. O santo auxiliou os pobres e excluídos, além de ter sido peregrino da caridade – já que percorreu os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná (PR) de forma missionária, levando esperança. A relíquia de primeiro grau do santo, um fragmento de seu osso, esteve presente na procissão de entrada da celebração.
Homilia
Em sua homilia, padre Renan recordou as muitas guerras em andamento no mundo. Em especial, o sacerdote frisou duas: a que envolve a Ucrânia e a Rússia, e a travada entre Palestina e Israel. Ele recordou o Papa Francisco, que disse certa vez que o mundo enfrenta a “Terceira Guerra Mundial ‘em pedaços’”.
A imagem que virou notícia no mundo, de uma menina, na Faixa de Gaza, que percorreu duas horas com a irmã pequena nos braços em busca de ajuda (após a pequena ter sido atropelada), foi comentada pelo presbítero. Ao ser abordada por um jornalista, a pequena pediu por ajuda – e foi atendida.
“Vimos essa notícia e se nada mexe em nosso coração, nós somos insensíveis e não servimos para ser cristãos”, refletiu. Padre Renan afirmou que, muitas vezes, “nós somos essa criança machucada”, “ferida” e “bombardeada”, que é “carregada no colo por Jesus”.
O presbítero citou então um trecho do Evangelho de Mateus: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso” (Mt 11,28). “Estamos bombardeados pelo peso do mundo, da dificuldade, da morte, das drogas, das crises matrimoniais, da falta de saúde…”. Todas essas situações “tiram vida”, por isso o sacerdote encorajou os fiéis a pedirem a intercessão de Frei Galvão, pedindo por vida. “Não se sinta abandonado”, “Ele [Jesus] não te abandona”, reiterou.
Frei Galvão ensina a servir Jesus
Aprender com Frei Galvão a servir Jesus, foi um dos pedidos de padre Renan. Segundo ele, da mesma forma que todos são carregados por Deus, são convidados a, como aquela menina na Faixa de Gaza, carregar o irmão.
“Onde houver desespero que eu leve a esperança”, lembrou o lema da novena. Deste modo, o presbítero exortou os católicos a darem “pão a quem tem fome”, “água a quem tem sede” e “roupa a quem está nu”.
Por fim, ele aconselhou: “Não esperem estar bem para estender a mão, isso nunca vai acontecer. A vida só tem sentido quando enxergamos que o nosso irmão precisa de nós. Muitos estão morrendo, bombardeados pelo mundo. Morrem porque estamos de braços cruzados. (…) Frei Galvão amou, ajudou… Que ele nos ajude a transformar nosso coração para sermos lâmpadas, luzes de esperança”.
Quem foi Antônio de Sant’Anna Galvão
Frei Antônio de Sant’Anna Galvão, nascido em 1739, em Guaratinguetá (SP), foi um religioso franciscano que dedicou sua vida ao serviço de Deus e à construção da fé no Brasil. Devoto da Imaculada Conceição, Frei Galvão consagrou-se à Virgem Maria em 1766, assinando a Cédula de Consagração com seu próprio sangue.
Por seu empenho na construção do Recolhimento de Santa Teresa, atual Mosteiro da Luz, ele é reconhecido como Patrono da Construção Civil no Brasil. Após sua morte em 1822, foi beatificado em 1998 e canonizado em 2007, tornando-se o primeiro santo brasileiro.
Atualmente, Frei Galvão é celebrado como Padroeiro dos construtores, arquitetos, engenheiros, pedreiros e pintores, além de ser lembrado como um “Homem da Paz e da Caridade”.