COLETIVA DE IMPRENSA

“A única autoridade que temos como bispos é a do serviço”, afirma cardeal

Na última coletiva de imprensa antes da apresentação do Documento Final do Sínodo, prefeito do Dicastério para os Bispos destacou papel do episcopado

Da Redação, com Vatican News

Bispos participam de Missa celebrada durante atividades do Sínodo sobre a Sinodalidade / Foto: Alessia Giuliani/IPA/Sipa USA via Reuters Connect

Nesta quarta-feira, 23, aconteceu a última coletiva de imprensa antes da apresentação do Documento Final da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, marcada para o sábado, 26. Os representantes relataram o que foi vivido nas últimas horas de trabalho geral.

Os presentes na Sala de Imprensa assistiram a um vídeo do Papa Francisco dirigindo-se aos jovens, no qual ele disse que “uma das coisas mais importantes é caminhar, quando um jovem caminha tudo vai bem”. O Pontífice fez uma comparação com a água, que, quando fica parada, se corrompe, algo que aplicou aos jovens. Por isso, os convidou a “caminhar sempre, com coragem e alegria”.

Confira
.: Cobertura do Sínodo sobre a Sinodalidade

De acordo com o prefeito do Dicastério dos Bispos, Cardeal Robert Francis Prevost, a autoridade e o papel do bispo na diocese e a seleção dos bispos foi tema de debate no Sínodo. Ele falou sobre o papel do Núncio na identificação dos candidatos ao episcopado e registrou que a Assembleia Sinodal questionou como conduzir um processo de busca de candidatos mais sinodal, aberto e participativo.

“A única autoridade que temos como bispos é a do serviço”, disse o cardeal, lembrando as palavras do Papa Francisco: um chamado para passar do poder ao serviço, para criar órgãos consultivos, para trabalhar em conjunto para alcançar o maior número de fiéis. Neste sentido, apontou a necessidade dos bispos conhecerem seus rebanhos, pois “a Igreja está aberta a todos, temos que ampliar nossa tenda, para que as pessoas saibam que todos são bem-vindos”, que “todos são convidados a fazer parte da comunidade da Igreja”.

Outros participantes da coletiva

A professora da Universidade de Erfurt (Alemanha), Myriam Wijlens, comparou o atual processo sinodal com o ato de reiniciar um computador, para que o sistema seja reconfigurado a fim de otimizar as condições de trabalho. Inspirada pelo Concílio Vaticano II, a Igreja está refletindo sobre como os vários membros do povo de Deus, levando em conta diferentes elementos, podem discernir melhor como a missão confiada à Igreja pode ser mais credível e eficaz, disse a canonista.

Sobre a autoridade doutrinária das conferências episcopais, o teólogo canadense Gilles Routhier esclareceu que isso não significa que cada conferência episcopal tenha autoridade absoluta, mas apenas com limitações e em comunhão com a Igreja, enfatizando que “a conferência episcopal não é autônoma, ela tem que estar em coerência com as outras conferências e com a Sé de Pedro”. Isso porque não se trata de uma fragmentação da Igreja, mas de ensinar a fé comum de uma forma autêntica.

Por fim, o sacerdote maronita Khalil Alwan destacou que, pela primeira vez, uma Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos convida participantes não-bispos como membros plenos. Ele também contou sobre a especificidade das Igrejas Católicas Orientais e como elas estão em plena comunhão com o Papa, e enfatizou na Assembleia a riqueza da diversidade da Igreja universal, que leva a tecer relacionamentos e construir pontes de diálogo para promover a compreensão mútua e buscar o bem comum.

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