Prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini, apresentou informações ligadas à conclusão do Sínodo na próxima semana
Da Redação, com Vatican News
A coletiva de imprensa da segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos desta sexta-feira, 18, apresentou alguns detalhes da reta final do Sínodo sobre a Sinodalidade, que se encerrará na próxima semana.
De acordo com o prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini, a Assembleia Sinodal nas últimas horas tratou de dois tópicos: os critérios para definir uma descentralização saudável e o papel das igrejas particulares no contexto mais amplo da Igreja Católica e das Igrejas sub iudice. Nesse sentido, foi dito que a singularidade de cada Igreja não deve ser vista como um desafio, mas como um dom especial.
Para a próxima semana, período de conclusões e redação do Documento Final, foi solicitado um clima de oração e retiro neste fim de semana. Na segunda-feira, 21, antes de retomar os trabalhos, será celebrada uma missa presidida pelo secretário do Sínodo, Cardeal Mario Grech.
Confira
.: Cobertura do Sínodo sobre a Sinodalidade
Com relação aos critérios para definir uma descentralização saudável, a secretária da Comissão de Comunicação do Sínodo dos Bispos, Sheila Pires, citou a proximidade e a sacramentalidade, enfatizando novamente o papel das comunidades de base como lugar privilegiado da Igreja. Ela falou ainda sobre o mundo digital e a necessidade de discernimento para os “discípulos digitais”, e retomou o apelo à escuta das pessoas que sofrem, à promoção dos leigos e à clareza das competências.
Sinodalidade no Mediterrâneo, no Sudão do Sul e na Colômbia
Entre os convidados para a coletiva de imprensa do dia, o arcebispo de Marselha (França), Cardeal Jean-Marc Aveline, falou sobre a tarefa confiada pelo Papa Francisco de preparar o trabalho comum no mar Mediterrâneo. Ele observou que se trata de uma região que sofre com guerras, falta de liberdade, corrupção e migrantes tentando atravessar o mar, o que exige que um trabalho conjunto.
Neste contexto, o cardeal francês falou da existência, entre outras iniciativas, de redes para ajudar os migrantes quando eles chegam. Tratam-se de realidades ligadas ao processo sinodal e como a Igreja pode contribuir para a justiça e a paz nessa região. Tal processo exige diálogo ecumênico e inter-religioso sobre rotas de migração, clima, tensões geopolíticas, disse o arcebispo, exprimindo que, assim como foi realizado um Sínodo para a Amazônia, o Mediterrâneo também merece um Sínodo.
O arcebispo de Juba (Sudão do Sul), Cardeal Stephen Ameyu Martin Mulla, indicou que o caminho sinodal ajuda a resolver muitos problemas humanos em conjunto. Ele lembrou a necessidade de as pessoas entenderem que as guerras que ocorreram foram travadas por pessoas que queriam ser livres. Nesse sentido, disse que ainda existem “situações pendentes que temos que enfrentar e resolver juntos” e também relatou os problemas relacionados à mudança climática, que causa secas e inundações, referindo-se à recente visita do cardeal Czerny.
O arcebispo de Bogotá (Colômbia), Cardeal Luis José Rueda, contou a experiência de fé vivida nos contextos das comunidades em um continente jovem que se uniu eclesialmente para servir melhor. Entre os desafios presentes no continente, citou a violência, o tráfico de drogas, a injustiça e a migração, com multidões a caminho dos Estados Unidos em busca de vida, mas, às vezes, encontrando a morte.
“O Sínodo é uma resposta aos desafios do mundo”
Por fim, o subsecretário do Sínodo, Dom Luis Marín, enfatizou que “o Sínodo é uma resposta a esses desafios do mundo” e “não se refere a, nem alimenta, nem incentiva uma Igreja egocêntrica, uma Igreja que usa uma linguagem que ninguém entende e lida com questões com as quais ninguém se importa, mas uma Igreja no mundo, uma Igreja que traz a resposta de Cristo a todas as situações dramáticas do mundo de hoje, uma Igreja servidora, aberta, uma Igreja missionária”.
Ao comentar a experiência sinodal, o bispo observou que está emergindo do diálogo e da experiência sinodal uma Igreja que se apoia em quatro pilares: uma Igreja cristocêntrica; fraterna, a partir da diversidade de culturas; inclusiva, corresponsável; e servidora, longe das lutas pelo poder, insistindo que “viemos à Igreja para servir”.
Dom Luis Marín também falou de dois critérios para os diálogos no Sínodo: conexão e inter-relação, a partir das paróquias, e, por outro lado, concretude, indo até a vida cotidiana. A partir daí, expressou, há a procura para ser mais coerentes e deixar de lado o pessimismo, porque o Sínodo abre uma enorme esperança, que leva cada um a se envolver e contribuir com o processo.