Francisco recordou que o ser humano anseia pela felicidade, mas que essa não se encontra nas riquezas e sim no amor e na doação aos pobres
Da Redação, com Vatican News
Neste domingo, 13, o Papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro em Roma. O Pontífice refletiu sobre o Evangelho de Marcos, que recorda um homem rico correndo ao encontro de Jesus a lhe perguntar: “Bom mestre, o que devo fazer para herdar a vida eterna?” (cf. Mc 10,17).
O Santo Padre salientou em sua reflexão sobre a postura do homem rico citado no Evangelho. “Podemos ver os dois movimentos desse homem. No início, ele corre para ir até Jesus; no final, porém, ele vai embora triste. Primeiramente, ele vai até Jesus correndo. É como se algo em seu coração o estimulasse”, destacou.
“Como fazem muitas vezes os doentes e os possessos, ele se lança aos pés do Mestre; é rico, mas precisa de cura. Jesus o olha com amor; então, ele propõe uma terapia. Vender tudo o que tem, dar aos pobres e segui-lo. Mas, neste momento, chega a uma conclusão inesperada. O homem fica com o rosto triste e vai embora! Tão grande e impetuoso foi o desejo de encontrar Jesus, quão frio e rápido foi o afastamento dele”.
Segundo o Papa, também carregamos, no coração, uma necessidade irreprimível de felicidade e de uma vida cheia de significado; no entanto, podemos cair na ilusão de pensar que a resposta está na posse de coisas materiais e seguranças terrenas: “Jesus, por outro lado, quer nos reconduzir à verdade de nossos desejos e nos fazer descobrir que, na realidade, o bem que almejamos é o próprio Deus, o seu amor por nós e a vida eterna que Ele e somente Ele pode nos dar”.
Arriscar o amor
Francisco reforçou que a maior riqueza do ser humano é ser olhado com amor por Jesus. “Jesus nos convida a ‘arriscar o amor’: vender tudo para dar aos pobres, o que significa despojar-nos de nós mesmos e de nossas falsas seguranças, estar atentos aos necessitados e compartilhar nossos bens, não apenas coisas, mas o que somos: nossos talentos, nossa amizade, nosso tempo e assim por diante”, enfatizou.
O Papa provocou os fiéis a uma reflexão com o seguinte questionamento: “Irmãos e irmãs, aquele homem rico não quis arriscar o amor e foi embora com o rosto triste. E nós? Perguntamo-nos: a que o nosso coração está apegado? Como saciamos nossa fome de vida e felicidade? Sabemos partilhar com quem é pobre, com quem está em dificuldade ou precisa de um pouco de atenção, de um sorriso, de uma palavra que o ajude a reencontrar a esperança? Lembremo-nos disto: a verdadeira riqueza não são os bens deste mundo, mas ser amados por Deus e aprender a amar como Ele”, concluiu o Papa, pedindo a intercessão da Virgem Maria para ajudar a descobrir o tesouro da vida em Jesus.
No vídeo acima a reportagem é de Danúbia Gleisser
Imagens de Leonardo Vieira e Gilberto Maia