GUERRA

Papa angustiado com o aumento da violência na Ucrânia e em Gaza

O Bispo de Roma tomou conhecimento com grande tristeza dos ataques a centros médicos em Kiev e a uma escola em Gaza, e reza por soluções concretas para pôr fim às guerras

Da redação, com Vatican News

Equipes de resgate trabalham no Hospital Infantil Ohmatdyt, que foi danificado durante ataques de mísseis russos / Foto: Thomas Peter – Reuters

Foi com “grande dor” que o Santo Padre tomou conhecimento “da notícia dos ataques a dois centros médicos em Kiev, incluindo o maior hospital pediátrico ucraniano, bem como a uma escola em Gaza”.

O Papa — diz uma nota da Sala de Imprensa da Santa Sé divulgada na manhã desta terça-feira, 9 — “expressa a sua profunda consternação pelo aumento da violência”.

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“Ao mesmo tempo que expressa proximidade às vítimas inocentes e aos feridos, faz votos e reza para que em breve possam ser identificados caminhos concretos que ponham fim aos conflitos em curso.”

Ataques na Ucrânia

Ataques russos com mísseis contra diversas cidades ucranianas na segunda-feira, 8, mataram ao menos 41 civis e deixaram 190 feridos. O governo ucraniano informou que foram danificados mais de 100 prédios, incluindo o hospital infantil e uma maternidade em Kiev, creches, um centro comercial e residências.

Em particular, causou maiores reações e comoção o ataque contra o Hospital Okhmatdyt, o maior centro médico infantil do país, atingido por volta das 10 horas da manhã, horário local. Segundo informações divulgadas na manhã desta terça-feira, o número de mortos neste ataque subiu para 38, entre os quais 4 crianças. Os pequenos pacientes em tratamento tiveram que ser transferidos para outros hospitais.

No momento do ataque, o centro pediátrico em Kiev tratava crianças com doenças graves, como câncer e doenças renais, e tinha cerca de 670 pacientes infantis e cerca de 1.000 funcionários, informou Danielle Bell, chefe da missão de Monitoramento dos Direitos Humanos da ONU. Ele explicou que o número de vítimas só não foi maior, pois quando começaram a soar as sirenes de ataque aéreo, as crianças foram transferidas para um bunker.

Além dos socorristas, centenas de pessoas acorreram ao local para ajudar a remover destroços em busca de sobreviventes e levar água.

Escolas em Gaza

Já na Faixa de Gaza, no domingo, duas escolas foram atingidas por ataques do exército israelense contra “alvos” do Hamas, uma das quais pertence ao Patriarcado Latino de Jerusalém. Uma estrutura que tem sido “um local de refúgio para centenas de civis” desde o início do conflito em Gaza, como afirmou em uma nota a Igreja local da Terra Santa.

Foi um fim de semana de derramamento de sangue e de guerra que acaba de terminar e que envolveu mais uma vez os institutos educacionais que durante meses acolheram famílias sem mais uma casa ou abrigo; o número de mortos é de pelo menos 20, 16 dos quais no ataque à escola da Onu e outros 4 na escola católica, de acordo com fontes na Faixa.

Logo após o ataque, o padre Gabriel Romanelli, pároco da Sagrada Família em Gaza, postou uma mensagem nas mídias sociais afirmando que “estamos bem”, embora a situação continue “muito ruim” e, portanto, pede a todos que “rezem pela paz”.

Unicef se manifesta

“Estou chocada com as notícias vindas da Ucrânia hoje”, disse a diretora geral do UNICEF Catherine Russel. “Quase três anos após a escalada da guerra na Ucrânia, parece não ter fim o horror que as crianças e as suas famílias são obrigadas a suportar.”

Russel recorda que o ataque contra o Hospital Okhmatdyt, o maior centro médico infantil do país, “é outro lembrete brutal de que nenhum lugar na Ucrânia é seguro para as crianças. Os hospitais deveriam ser refúgios seguros, e segundo o direito internacional, gozam de um nível especial de proteção. Os civis, incluindo as crianças, e as instalações e serviços de que dependem, devem sempre ser protegidos.”

A diretora do UNICEF assegurou que a agência continuará a trabalhar na Ucrânia, inclusive nas zonas da linha da frente, para responder às necessidades imediatas das crianças e das famílias. “Mais do que tudo as crianças da Ucrânia precisam de uma paz duradoura.”

De acordo com o Direito Internacional Humanitário (DIH), estabelecimentos e unidades de saúde, incluindo hospitais, não devem ser atacados. A proteção também é conferida a pessoas doentes e feridas e a profissionais e veículos de saúde.

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