Naufrágio e mortes por asfixia aumentam número de mortos e desaparecidos nas águas do Mediterrâneo; em 2024, já são mais de 920 casos
Com agências da ONU e Save the Children
Duas tragédias aconteceram no Mar Mediterrâneo nesta segunda-feira, 17. Uma aconteceu na rota do Mediterrâneo Oriental, e a outra no Mediterrâneo Central.
Na primeira, uma embarcação oriunda da Turquia naufragou após um incêndio no motor. A Guarda Costeira Italiana resgatou 11 sobreviventes no mar Jônico e os levou para Roccella Jonica, juntamente do corpo de uma mulher, enquanto outras 64 pessoas estavam desaparecidas no mar. Os passageiros são provenientes do Irã, da Síria e do Iraque.
No outro acidente, houve 10 vítimas confirmadas em um barco de madeira que partiu da Líbia. Elas teriam perdido a vida por asfixia no convés inferior do barco em que viajavam. Os 51 sobreviventes foram resgatados por um navio da organização não governamental Resqship e levados para um local seguro em Lampedusa, na Itália. Os países de origem dos migrantes são Síria, Egito, Paquistão e Bangladesh.
São mais de 920 mortos e desaparecidos em todo o Mediterrâneo somente em 2024, o que corresponde a mais de cinco pessoas por dia. Desde 2014, são mais de 29.800 os mortos e desaparecidos, naquela que se confirma como a rota mais mortífera do mundo.
A ajuda humanitária da Save the Children
Entre as manifestações relacionadas aos acidentes está a instituição Save the Children, que luta há mais de 100 anos para salvar crianças em risco e garantir-lhes um futuro. Equipes da organização intervieram em Roccella Jonica e Lampedusa desde as primeiras fases do desembarque para garantir apoio e proteção aos sobreviventes.
A diretora-geral da organização, Daniela Fatarella, explica que “os menores migrantes, sozinhos ou com as suas famílias, que tentam chegar a um lugar seguro na Europa, enfrentam perigos de todos os tipos e estão expostos a riscos muito elevados de violência, tráfico, exploração até ao extremo da perda de vidas, como acontece com demasiada frequência”. Diante disso, a Save the Children renovou seu apelo às instituições italianas e europeias para que assumam a responsabilidade de colocar a vida das pessoas em primeiro lugar em todas as decisões sobre políticas de migração.