Várias instituições se mobilizam para arrecadar doações em prol das vítimas das chuvas; “O mínimo que pudermos fazer vai ajudar muito as pessoas que perderam tudo!”
Da redação, com agências
De acordo com o último boletim divulgado pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul, na manhã desta sexta-feira, 3, o número de municípios afetados pelas chuvas subiu para 235. O número de desaparecidos chegou ao total de 74 pessoas e foram registradas 31 mortes. Há 7.165 pessoas em abrigos e outras 17.087 estão desalojadas. No total, são 351.639 afetados e 56 feridos.
Veja como ajudar
Em todo o Estado, várias instituições estão se mobilizando para arrecadar fundos para o auxílio às vítimas. A Cáritas Brasileira divulgou o pix e a conta bancária para arrecadar recursos, e informou que uma equipe de solidariedade irá atuar junto às ações emergenciais nos locais atingidos.
“Há famílias nas cidades e nos campos que perderam tudo. A previsão é de que venham mais chuvas, o que pode agravar ainda mais a situação. É preciso agir de imediato, primeiro fornecendo socorro em defesa da vida; depois, condições de reconstrução. O mínimo que pudermos fazer vai ajudar muito as pessoas que perderam tudo!”, destacou a Cáritas em seu site.
Também os bispos do Regional Sul 3 da CNBB lançaram nesta quarta-feira uma campanha de solidariedade. E em nota divulgada nesta quinta-feira, 2, o episcopado gaúcho destaca que “o momento é mais crítico do que no ano passado”, quando o estado também foi desolado pelas chuvas, causando a morte de 30 pessoas.
“O empenho das instituições governamentais, militares e civis dedicadas à defesa da vida, o envolvimento de nossas comunidades eclesiais abrindo suas portas para acolher os que perderam tudo. É como orienta o Papa Francisco: fizemos de nossas comunidades Hospitais de Campanha que socorrem imediatamente quem precisa”, destaca a nota.
Os bispos afirmam ainda que “nossa fé em Cristo impele-nos” para continuar criando laços de amizade social, “pois podemos estar ilhados, mas não isolados”.
Previsão de mais chuvas
A Defesa Civil informou ainda que, nesta sexta-feira, 3, a tendência é que as instabilidades sigam atuando na metade Norte do Rio Grande do Sul, com risco de temporais, por conta do lento deslocamento da frente fria sobre o oceano e ao fluxo de umidade vindo do norte do país. No Noroeste, Norte, Nordeste e Litoral Norte os acumulados variam entre 50 e 70 mm/dia, podendo passar pontualmente enquanto as instabilidades atuam sobre as regiões. As rajadas de vento variam entre 40 e 50 km/h, passando dos 60 km/h durante a atuação das instabilidades.
Na tarde desta quinta-feira, 2, a barragem da usina 14 de Julho, na Serra Gaúcha, teve um rompimento parcial devido ao grande volume de água após as fortes chuvas, atingindo a cidade de Bento Gonçalves e as cidades vizinhas.
As chuvas atingem o estado desde a última sexta-feira, 26. Na noite de quarta-feira, 1º, o governador, Eduardo Leite, decretou “estado de calamidade no Rio Grande do Sul”.
O decreto destacou que o estado foi atingido por chuvas intensas, alagamentos, granizo, inundações, enxurradas e vendavais de grande intensidade, sendo classificados como desastres de Nível III – caracterizados por danos e prejuízos elevados.