Balanço do evento

Rede Stella Maris: mobilidade humana é preocupação social, frisa padre

Padre Alexandre Biolchi faz balanço positivo do encontro internacional da Rede Scalabriniana Stella Maris que terminou nesta quarta e debateu questões como a escravidão moderna

Kelen Galvan
Da Redação

Evento da Rede Stella Maris aconteceu de 19 a 22 de novembro em São Paulo / Foto: Divulgação – Sacalabrinianos

Representantes de 13 países da Rede Scalabriniana Stella Maris (SMSN), que atua na pastoral junto aos trabalhadores do mar, encerraram seu encontro nesta quarta-feira, 22, em São Paulo. O evento foi promovido pela Congregação dos Missionários de São Carlos, conhecidos como scalabrinianos.

O Superior Regional da congregação, padre Alexandre Biolchi, CS, fez um balanço positivo do evento, que teve duração de quatro dias e servirá para que a congregação possa elaborar um projeto para levar adiante as propostas do encontro.

Padre Alexandre Biolchi / Foto: Divulgação – Sacalabrinianos

“Essa diversidade de presença nos cinco continentes ajudou-nos a dar um panorama mais amplo e refletir sobre o que são os pontos convergentes e também os desafios e oportunidades que se pode fazer para garantir uma maior dignidade de todas as pessoas que trabalham neste setor marítimo”, afirmou padre Biolchi. Ele lembrou que atualmente 90% do comércio internacional é feito através de navios e 1 milhão e 800 mil pessoas trabalham neste setor.

O encontro refletiu sobre vários temas que envolvem os pescadores e trabalhadores do mar. “Um dos grandes desafios atuais no mundo deste apostolado é a escravidão moderna, que muitos trabalhadores sofrem, seja dos portos ou particularmente os que estão a bordo”, apontou.

Preocupação com a mobilidade humana

Entre os convidados do evento, esteve o representante do Vaticano, padre italiano Fabio Baggio, sub secretário do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.

Padre Alexandre destaca que a participação do padre Baggio mostra a preocupação da Igreja e do Papa Francisco com o setor da mobilidade humana, seja migrantes, refugiados ou marinheiros. “E essa preocupação é pauta prioritária na agenda do Pontificado do Papa Francisco, e isso se manifesta desde duas visitas. Iniciando com sua primeira visita que ele fez a Lampedusa, os seus discursos, e vai sempre se fazendo presente através da reflexão e da provocação que o Papa faz ao interno da Igreja e também junto aos governos e à sociedade civil”.

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O sacerdote scalabriniano destaca que esse fenômeno da mobilidade humana é uma preocupação social e impacta as sociedades que os recebem, todos os países e governos, e obviamente a Igreja.

“Nós como Igreja temos como preocupação acolher, proteger, promover e integrar as pessoas em mobilidade humana, para que possam viver em dignidade, tendo todas as suas dimensões da vida, na sua totalidade, atendidas e garantidas”, afirmou.

O carisma scalabriniano

A Congregação Scalabriniana tem como carisma específico o trabalho junto às pessoas em mobilidade humana, os migrantes, refugiados, marinheiros, pescadores e suas famílias.

Padre Biolchi disse que o objetivo deste encontro realizado em São Paulo foi oferecer e promover junto à igreja local e conferências episcopais uma maior articulação. Nesta ocasião, foi possível reunir-se com pastores e bispos encarregados deste tema da mobilidade e fazer também um processo sinodal de escuta, diálogo e discernimento. “Para entendermos quais são as convergências, os desafios, as oportunidades e os próximos passos que, como congregação e Igreja, podemos fazer”.

São João Batista Scalabrini, como pastor, esteve muito preocupado com o tema da migração, tanto é que ele fundou uma congregação para se dedicar especificamente aos migrantes, explicou padre Alexandre.

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“Nós hoje, como seguidores, missionários scalabrinianos, não guardamos este carisma para nós mesmos e o colocamos a serviço de toda a Igreja. Neste sentido, esta é a intenção também deste evento de provocar sempre mais a sensibilização ao interno da Igreja, mas também ao interno da sociedade civil. E junto aos governos de organismos internacionais, para que todos caminhemos e procuremos ir sempre ao encontro de servir nossos irmãos menos favorecidos, que têm que deixar sua pátria para buscar melhores condições de vida.”

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