Atenção aos doentes

Acolhamos o grito daquele que sofre, pede Papa

Papa Francisco discursou a expoentes médicos da Pastoral da Saúde da diocese de Roma às vésperas do Dia Mundial do Enfermo

Da Redação, com Boletim da Santa Sé

O carinho do Papa a uma criança doente em audiência no Vaticano em outubro de 2015 / Foto: REUTERS/Max Rossi

Estar próximo de quem sofre, dar voz ao sofrimento não ouvido e ser fermento de caridade. Essas foram as indicações do Papa Francisco aos expoentes da área médica do setor da Pastoral da Saúde da Diocese de Roma. Eles foram recebidos em audiência nesta quinta-feira, 9, por ocasião do Dia Mundial do Enfermo que será celebrado no sábado, 11.

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Francisco recordou o tema da data deste ano — “Trata bem dele!” —, que remete à prática da compaixão. Segundo o Pontífice, o trabalho dessa pastoral nasce justamente da dinâmica de saber transformar a experiência do sofrimento em proximidade à dor do outro, superando a tentação do fechamento.

Antes de tudo, o Papa ressaltou quão importante é estar próximo de quem sofre, oferecendo escuta, amor e acolhimento. “Mas para fazer isso é preciso aprender a ver, na dor de nosso irmão, um ‘sinal de precedência’, que no fundo de nossos corações nos obriga a parar e não nos permite ir adiante. Esta é uma sensibilidade que aumenta quanto mais nos deixamos envolver pelo encontro com quem sofre”.

O segundo ponto citado pelo Papa em seu discurso foi dar voz ao sofrimento não ouvido de quem, na doença, é deixado só. Facilmente, essas pessoas são expostas ao desespero e à perda da fé. “Acolhamos o grito dos que sofrem e façamos com que seja ouvido”, exortou.

Ser fermento de caridade

Por fim, Francisco destacou a caridade, a necessidade de “fazer redes”. O modo de fazer isso é partilhar um estilo de gratuidade e reciprocidade, indicou. E todos podem doar e receber algo, mesmo que seja só um sorriso, lembrou o Pontífice. Essas atitudes fazem crescer uma “rede” feita de mãos que se apertam, braços que trabalham juntos, corações que se unem em oração e compaixão.

Reconhecendo que não é fácil estar próximo a quem está na dor, Francisco deixou palavras de encorajamento. “Se encontrar obstáculos ou incompreensões, olhe nos olhos do seu irmão, da sua irmã que sofre e se lembre das palavras do bom samaritano: ‘Cuide dele’. Naquele rosto é o próprio Jesus que te olha, Ele que quis partilhar a nossa fraqueza, a nossa fragilidade até morrer por nós e que, ressuscitado, nunca nos abandona!”.

Palavra aos doentes

Antes de concluir seu discurso, Francisco deixou uma palavra também aos doentes. “Na fragilidade, vocês estão perto do coração de Deus. Compreender a fragilidade, acariciar a fragilidade, confortar a fragilidade: este é o caminho que devemos percorrer. Por isso, peço a vocês, enfermos, suas orações, para que cresça entre nós a proximidade com quem sofre e o empenho concreto na caridade para que nenhum grito de dor deixe de ser ouvido”.

Leia na íntegra
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