Papa Francisco presidirá a vigília ecumênica em 30 de setembro em vista da Assembleia sinodal de outubro
Da Redação, com Vatican News
Uma coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, 23, na Santa Sé, apresentou a iniciativa “Together – Raduno del Popolo di Dio” (“Juntos – Reunião do Povo de Deus”, em tradução livre) em vista da Assembleia sinodal de outubro. A vigília ecumênica foi anunciada pelo Papa Francisco no Angelus de 15 de janeiro.
A vigília, que será presidida pelo Papa Francisco, faz parte de uma iniciativa ecumênica promovida pela Comunidade de Taizé em colaboração com a Diocese de Roma, a Secretaria Geral do Sínodo, o Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos, o Dicastério para os Leigos, Família e Vida, assim como numerosas outras igrejas cristãs e associações eclesiais e ecumênicas.
Participaram da coletiva de hoje o Cardeal Jean-Claude Hollerich, S.J., Arcebispo do Luxemburgo; Relator Geral da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos; Irmão Alois, Prior da Comunidade de Taizé; o Arcebispo Ian Ernest, Representante Pessoal do Arcebispo de Canterbury junto à Santa Sé, Diretor do “Centro Anglicano” em Roma; Sua Eminência Khajag Barsamian, Representante da Igreja Apostólica Armênia junto à Santa Sé (Etchmiadzin Catholicosate); e o Pastor Christian Krieger, Presidente da Conferência das Igrejas da Europa e da Federação Protestante Francesa.
Orando juntos redescobrindo irmãos e irmãs em Cristo
A sinodalidade em si não é algo novo porque se refere à experiência iniciada pelos próprios apóstolos. Agora, a novidade é a oração em conjunto, conscientes de que todos são batizados em Cristo. Este é o conceito-chave que surgiu na apresentação da vigília ecumênica na qual participarão jovens de 18 a 35 anos de vários países da Europa e de todas as tradições cristãs, convidados para um momento de partilha no fim de semana do final de setembro.
A hospitalidade será oferecida pelas paróquias e comunidades de Roma. Para estas novas gerações de católicos é um evento pensado também para ser vivido em continuidade com a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa. Após a vigília, os bispos e os participantes do Sínodo farão um retiro de três dias perto da capital liderado pelo teólogo dominicano Timothy Radcliffe.
Celebrar a unidade e pedir paz
Manifestar a unidade, através do que é o ecumenismo espiritual, é o pré-requisito para pedir a paz no mundo. Irmão Alois sublinhou a importância de reorientar o dom do Batismo que une os cristãos. “Num clima de polarização social – disse – queremos centrar-nos na oração em Cristo, que é a nossa unidade”.
O que lhe toca no coração, especificou, são os muitos jovens em busca de um caminho espiritual, ainda desorientados: é também para eles que se deve olhar, não apenas para aqueles que já têm uma fé.
Abrindo as portas ao ecumenismo da ação
Crise ecológica e choro dos pobres: duas prioridades a serem mantidas. Estas foram as sugestões do irmão Alois e também compartilhadas pelo arcebispo Ian Ernst, representante pessoal do arcebispo de Cantuária junto à Santa Sé e diretor do Centro Anglicano de Roma. O seu convite foi a abrir as portas ao ecumenismo da ação.
“Devemos ser portadores das necessidades profundas do povo de Deus, ouvir a voz de quem normalmente não é ouvido. O Sínodo deve promover a inclusão e não pensar apenas nas estruturas, mas colocar no centro as próprias relações”.
Neste sentido, a Vigília será uma espécie de ‘teste’ para provar o quanto se é capaz de rezar uns pelos outros e de tomar conta das dificuldades uns dos outros. Porque a partilha da Palavra de Deus, observou-se, não é algo abstrato, mas algo que fortalece a concretude da vida.