Fim de ano

Para 2023, psicóloga incentiva olhar de esperança diante de novas metas

Mulheres comentam como revisão de vida e planos para o futuro ajudam no autoconhecimento e na realização de sonhos

Julia Beck
Da redação

Foto: Moritz Knöringer via Unsplash

O período que compreende o fim de um ano e o início de outro é a ocasião preferida de muitos para traçar metas e objetivos para o futuro. Esse é o caso da analista de dados de 25 anos, Giovanna Rúbya Galvão, da administradora de 29 anos, Ana Carolina Souza Fernandes de Oliveira, e também da profissional de educação física de 27 anos, Pâmela Cristina Arcanjo Roggi. Todas já iniciaram os planos para 2023, mas sem abrir mão de uma revisão dos acontecimentos pessoais de 2022.

Giovana Galvão /Foto: Arquivo Pessoal

A analista de dados afirma que acha divertido e importante pensar nas coisas que deseja realizar, mas sem ficar no campo da imaginação. “Quando fazemos uma meta, criamos um compromisso com nós mesmos e faz com que façamos coisas seguindo a direção que queremos para a nossa vida”, opina.

Nesse ano de 2022, Giovana conta que conseguiu realizar algumas metas, uma delas era ler 20 livros. “É bem satisfatório olhar para meta, ir acompanhando ela mês a mês e no final ver que consegui cumprir”.

Para Pâmela, sem sonhos ou planos há uma dificuldade de se viver bem. A profissional de educação física recorda que uma de suas metas passadas era emagrecer mais de 30 kg. “Eu consegui, fiz uma reeducação alimentar, exercícios físicos e bebi mais água. Conseguir alcançar essa meta foi especial e me mostrou que eu sou capaz e que eu consigo”.

Ana Carolina revela que sempre se considerou uma pessoa organizada e com suas metas e planos não é diferente. “Gosto de me planejar porque dessa forma consigo saber quais serão os passos que terei que dar para alcançar meus objetivos”, relata.

A meta mais recente que a administradora alcançou foi na área profissional. Depois de nove anos em uma prestadora de serviço, ela sentiu a necessidade de se aventurar em uma nova empresa. Após muita dedicação e com o incentivo do marido, Ana Carolina conseguiu, há oito meses, um emprego em uma empresa com os mesmos valores que os dela.

A importância das metas

A psicóloga Elaine Ribeiro destaca que organização e planejamento de vida sempre são importantes para estabelecer direções para a vida. “Embora muitas pessoas achem isso um pouco chato, estamos falando de pontos essenciais que englobam disciplina e uma melhor qualidade de vida, inclusive”, afirma.

Quem faz planos consegue olhar para onde deseja chegar em sua vida nos mais variados campos: família, trabalho, estudos, espiritualidade, saúde, dentre outros, explicou a psicóloga.

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“Planejar nos permite também parar e refazer a rota, quando estamos errados em alguma situação ou quando o plano não sai como esperamos. Isso é ótimo. Agora, se não temos nada estruturado, refazer a rota fica muito mais complicado porque sequer sabemos pra onde vamos”, ressalta. 

Segundo Giovana, traçar objetivos ajuda a visualizar a vida que ela deseja ter e a pessoa que ela quer ser. Para ela, as metas ajudam a viver o presente construindo o 

Ana Carolina Souza /Foto: Arquivo Pessoal

futuro. Ana Carolina sublinha: “Olhar para o futuro me faz manter os pés no chão, me faz ter combustível para batalhar por aquilo que eu almejo”.

É preciso ser persistente para alcançar os objetivos, opina Pâmela. “Eu preciso fazer hoje, ser melhor hoje para alcançar minha meta, meu plano”.

Revisão de vida

Outro ponto importante para quem deseja fazer planos para o futuro é fazer um exame de consciência. “Nele conseguimos saber para onde nossa vida caminhou no último ano. (…) Olhando para trás, posso parar e perceber onde estão as falhas e o que preciso melhorar. Esta constatação não deve ser feita a partir de um olhar de culpa e frustração apenas, mas com o desejo de realmente ter um  novo compromisso com sua vida e com aquilo que não saiu bem”, complementa.

Giovana concorda que olhar para o ano que passou antes de traçar novos objetivos é essencial para que as metas possam fazer sentido e assim serem concretizadas. “Para fazer uma meta também precisamos ter um autoconhecimento, olhar para si e nos perguntar: ‘O que eu quero ter ou ser?’ ‘E o que eu preciso fazer pra conseguir isso?’”.

“Autoavaliação não é algo fácil, mas é necessário, e com a maturidade vai se tornando algo mais leve. Precisamos cuidar para que não se torne uma cobrança por algo que você tenha feito. Atualmente, eu me considero uma pessoa que valoriza muito o momento presente, seja com a minha família ou amigos, e isso veio a partir de uma autoavaliação”, comenta Ana Carolina.

Pâmela Roggi /Foto: Arquivo Pessoal

Pâmela julga importante rever como foi seu ano. Segundo a profissional de educação física, fazer esta autoavaliação pode ajudar até mesmo no julgamento da necessidade de persistir em um plano ou reformulá-lo.

Autoconhecimento

Olhar para trás também é uma forma de autoconhecimento, aponta Elaine. A psicóloga cita que se cada pessoa tiver uma percepção de si sobre como reage às mais diversas situações, fica mais fácil entender certos comportamentos e emoções.

“Quando nos conhecemos e amadurecemos, vamos nos responsabilizando com nossas necessidades e ações, e também com aquilo que precisamos fazer para sermos melhores, para discernir nossas escolhas, para dar um passo consistente em nossas vidas.  Este já é um grande passo para ter consciência e compromisso com nossas escolhas”, indica. 

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Fechando e abrindo ciclos

Elaine frisa que a responsabilidade que cada indivíduo tem por sua vida, saúde física e metal mora também na capacidade de dar um direcionamento às situações. “Tudo aquilo que fica pendente traz um sentimento de frustração, incapacidade, insegurança, coisas negativas e paralisantes”, alerta.

De acordo com a psicóloga, as oportunidades de um recomeço se dão na disponibilidade em concluir fases. “É um pré-requisito para  uma vida responsável”, indica. 

Elaine Ribeiro, psicóloga. / Foto: Canção Nova

Elaine reforça que ao mudar o olhar e perceber que ciclos que se abrem e se fecham podem ser desafios, situações de dor, mudanças, possibilidades, transições, novos relacionamentos, trabalho, vida, tudo isso torna-se transformador.

“A cada fechamento de ciclo, teremos oportunizado um novo momento para nossa vida. Em tudo um olhar de esperança, porque nada se perde onde aplicamos este olhar de amor, que funciona como um combustível para nosso ânimo. Quem de nós nunca viu no novo uma linda possibilidade de reaprender a viver e ter novas chances de vida? Enquanto estivermos vivos este é o convite: aprender com os ciclos da vida, que também é um grande e belo ciclo”, conclui. 

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