Tradutora para a língua portuguesa do Diário Espiritual da Beata Conchita destaca como a beata entendeu a vocação única e santa do sacerdote
Mauriceia Silva
Da Redação
No dia 4 de agosto, a Igreja celebra o dia de São João Maria Vianney, e por isso também é comemorado o Dia do Padre. Com o importante e necessário compromisso de serem continuadores da missão de Jesus em meio ao povo, tão importante quanto é a oração de intercessão por esse ministério.
Uma mística demonstrou bem essa necessidade ao fazer da sua vida uma fonte de intercessão e inspiração para os sacerdotes: Maria Concepción Cabrera Arias de Armida, mais conhecida como Beata Conchita. Por ocasião da homilia de beatificação na Cidade do México, em 2019, o Cardeal Angelo Becciu afirmou: “A maior preocupação” da beata, que chegava a ser sua “obsessão”, era a santidade dos sacerdotes pelos quais rezou e sacrificou a si mesma.
Segundo a tradutora para a língua portuguesa do Diário Espiritual da Beata Conchita, Renata Gusson, a providência divina preparou a alma de Conchita, que sempre ofereceu seus sofrimentos diários pela santificação dos sacerdotes.
Renata observa como a beata Conchita foi associada de um modo íntimo ao sacerdócio. “Tendo um conhecimento elevado da Igreja, como o Corpo místico de Cristo, e como os sacerdotes estão intimamente ligados à santificação deste mesmo corpo, tudo o que Conchita mais quis e fez foi se unir à Trindade pela santificação dos sacerdotes a fim de obter graças para que eles pudessem se unir ao Cristo e salvar e santificar as almas.”
A tradutora recorda, ainda, realidades atuais de dificuldade por que passam tantos sacerdotes: “Muitos padres, infelizmente, perderam o rumo, não sabem para o quê foram ordenados”. E diante dessas dificuldades, é preciso rezar. “Precisamos fazer como nossa querida Conchita: rezar, rezar, rezar, sacrificarmo-nos a Deus suplicando para que venha o novo Pentecostes através de santos sacerdotes”.
Oração de intercessão pelos padres
A missionária Terezinha da Consolação Almeida Fonseca é uma das pessoas que percebeu a importância da intercessão pelos sacerdotes. Depois que ela ganhou o livro do tratado dos vícios e das virtudes, foi se inteirando da espiritualidade da Beata Conchita.
“Cada vez mais eu me apaixono pela história de vida da Beata Conchita. Essa mulher que se dedicou inteiramente a Deus, pelo amor aos sacerdotes. A Beata Conchita trazia isso no coração, o desejo de amar a Cristo em primeiro lugar e oferecia tudo pelos sacerdotes, todos os sofrimentos.”
Com o passar do tempo, a intercessão pelos sacerdotes também começou a fazer parte da rotina de Terezinha.
“Hoje eu faço parte de três grupos de intercessão pelos sacerdotes. Um grupo é composto por 195 pessoas, rezamos diretamente pelos sacerdotes. E o outro grupo, 131 pessoas. E tem o outro grupo que eu comecei da Canção Nova, são só irmãs espirituais, aqui da Comunidade, mães espirituais”.
A missionária toca de forma concreta na eficácia da oração na vida dos padres. “Quantas vezes chega até nós necessidades para rezar por um sacerdote da nossa comunidade, que está enfermo e a gente vê concretizando a vontade de Deus na vida daquele sacerdote, ele se recuperando.”
Ela explica que, no pouco tempo que assumiu a maternidade espiritual, percebe Deus mostrar o caminho para com esses filhos espirituais. “Eu posso tocar também na vida de vários sacerdotes. E é interessante como mesmo sem saber que existe todo esse trabalho, há esse desejo de intensificar orações por eles. Muitos chegam em mim e pedem orações, contam alguma coisa, ou me pedem pra ser realmente mãe espiritual. Então eu tenho tocado nisso. É algo que não é nada mais do que uma missão e uma responsabilidade de rezar e de me entregar pela vida dos sacerdotes.”